Autor: Jennifer Donnelly
Tradutor: Márcia Frazão
Editora: Editora Essência
Título Original: The Tea Rose #1
Ano de Lançamento: 2002
Ano de Lançamento Brasil: 2009
Número de páginas: 584
Avaliação do Prosa Mágica: 10
Estou até agora me
perguntando: - Que livro é esse????
Gosto de contar como
determinados títulos chegaram as minhas mãos, então vamos lá. Desta vez foi a
querida amiga Dora que me falou sobre um livro que eu adoraria ler por que
parte dele se passa em Londres, que é uma cidade que amo e que passei um lindo e
delicioso mês de 2014. Além disso, ele remetia a Nova York, cidade sede do meu
segundo livro da Trilogia Literatura & Champanhe. Tudo isso e mais a
vantagem de se passar no final do século XIX. A curiosidade se aguçou e ele
ficou aguardando o momento certo de ser lido.
É apaixonante, para não
dizer contundente, divertido e curioso. O livro se passa ao longo de 10 anos,
entre 1888 e 1898. Conta a história de Fiona Finnegan, uma garota de 17 anos,
filha de trabalhadores Londrinos e moradora do pequeno bairro de Whitechapel.
Fiona trabalha em uma fabrica de chá e tem um olfato magnífico para distinguir as
variedades do chá. A vida é dura para trabalhadores como eles, mas Fiona tem um
sonho, e este sonho engloba seu amigo/namorado Joe.
Uma reviravolta acontece
em sua vida quando Joe se afasta e uma série de tragédias assolam sua família
obrigando Fiona a viajar para os Estados Unidos.
Fiona conhece Nick, um
jovem alegre, amante das artes que se tornará o melhor amigo que qualquer ser
humano pode ter e com ele Fiona irá construirá uma nova vida. Mas o destino
(podemos chamar Jennifer Donnelly) é cruel novamente e nossa querida personagem
terá que lutar mais ainda por tudo o que sempre sonhou.
Whitechapel antiga. |
A trama é envolvente,
profunda. Segundo li na internet, a autora mudou-se por um período de tempo
para Whitechapel para conhecer o bairro e vivenciar o dia a dia das pessoas que
lá residem, por isso tudo é tão real.
Fiona é uma mulher
surpreendente. Inteligência aguçada, perspicácia acima do normal, boa para os
negócios, criativa e emotiva. Tão bem delineada que acaba sendo alguém muito
real. Alias, este é o ponto forte de Jennifer Donnelly. Ela nos deu uma
personagem que é real, de “carne e osso”, com dúvidas, com certezas, medos.
Gosto muito desta forma de personagem, em parte por que estou um pouco cansada
de ver mulheres sendo apresentadas como heroínas intangíveis.
Variedade Hibrida de Rosa-chá citada no livro. |
Tem horas que dá desespero
ver o que a autora faz com ela. É de cortar o coração. Perder tanta gente
assim, de uma hora para outra e depois se ver perseguida é algo tão doloroso
que fica difícil ler O Chá do Amor na velocidade normal que estou acostumada. É
preciso pisar no freio, digerir bem as informações, acordar de madrugada
pensando no personagem e imaginando o que irá acontecer com ele.
Confesso que não torci
pelo casal principal Fiona/Joe. Ele é muito fraco, um homem que não merece uma
mulher como Fiona. Cheguei a ficar com raiva dele, irritada com sua burrice e
infantilidade.
Agora, o Nick é apaixonante.
Um homem que conduz a vida com alegria, com irreverência, com amor por tudo e
todos. E olha que ele teria todos os motivos para ser uma pessoa amarga, com o
pai que o rejeita por ele ser homossexual.
A autora consegue
construir uma belíssima história com um pano de fundo histórico primoroso. O
sonho americano de enriquecimento, os problemas em uma Londres presa ao passado
e querendo se soltar para o futuro. A tentativa da libertação da mulher e os
preconceitos que elas sofrem. Enfim, haveria aqui muita discussão sobre todos
os pontos levantados pela autora.
O Chá do Amor poderia
muito bem ser uma série, ou uma novela. Tem estrutura para isso, tem temática e
apelo suficiente para funcionar na TV. Quem sabe um dia a BBC se decide a
fazer.
Tem um único ponto que eu
não gostei na trama. Uma aparição no final dos capítulos que em minha opinião
beirou a soluções esdrúxulas que alguns autores de novelas usam para explicar
fatos sem explicação. Mas não vou discorrer sobre isso aqui sob pena de cometer
um spoiler.
Outra questão é sobre a
tradução do título. “O Chá do Amor” é sem dúvida um nome charmoso, não nego,
mas o título original “The Tea Rose” (A Rosa-chá) é mais adequado. É uma
trilogia e os nomes dos outros títulos são: The Winter Rose (A Rosa de Inverno),
e The Wild Rose (A Rosa Selvagem). Percebe-se claramente que a autora/editora
nomeou os títulos associados a variedades de Rosas, e a escolha no primeiro
livro é clara por que Fiona ama rosas e constrói uma casa de chá com esse nome,
por que o local possuem dezenas de pés desta maravilhosa variedade da flor.
Agora, se a editora Essência for publicar os outros dois livros qual será a
opção de título, já que eles demandam uma continuidade? Fiquei curiosa agora,
por que Chá de Inverno e Chá Selvagem definitivamente não combinam com a trama.
Mas esta é uma questão que por enquanto só podemos especular.
Eu recomendo a leitura de
O Chá do Amor. Lenta, degustando cada palavra, cada emoção e quem sabe, com uma
boa xícara de chá acompanhada de biscoitos.
Se você já leu, me conte o
que achou da trama.
Os 3 volumes da trilogia. |
Links:
Olá, Soraya.
ResponderExcluirAinda não conhecia esse livro. Na verdade eu não acompanho muito a publicação dos romances, mas sempre que aparece um bom pela frente eu dou uma chance. Fiquei interessada nesse livro, mas não pretendo ler por enquanto. Melhor esperar pelos próximos livros da série antes de começar a ler!!
beijos
Camis - Leitora Compulsiva
Camila, Olá. Este romance é encantador, principalmente pelo fundo histórico que ele possui. Coloque na sua lista de leituras, mas deixe para quando você tiver tempo para ler. O Chá do amor precisa ser lido da mesma forma que se toma um bom chá - com calma.
ResponderExcluirbeijos e obrigada pela participação.