Autor: Morgan Rhodes
Tradutor: Flávia Souto
Maior
Editora: Seguinte
Número
de páginas: 400
Ano
de Lançamento Brasil: 2013
Avaliação
do Prosa Mágica:
9
Quando
escolhi A Queda dos Reinos, da autora Morgan Rhodes, ele estava entre outros
dois como presente por uma frase que escrevi sobre o que é a tradução. O blog
foi o Ponte de Letras, que eu recomendo a leitura. Na data eu estava louca para
ler esta série de livros, mas por algum motivo que foge a minha memória, ele
ficou guardado e só agora consegui ler. Fico feliz por não ter lido antes, por
que agora eu posso correr para a livraria e comprar os dois livros da
continuação que já estão disponíveis.
A
trama é muito simples e conta a história de um mundo onde a magia havia sido
esquecida, ou relegada ao plano das lendas e mitos. Onde uma trágica morte e
desejos adormecidos de mudanças levam os três reinos de Mítica – Limeros,
Auranos, Paelsia – a entrarem em um conflito sangrento que levará quatro jovens
a terem seus destinos conectados de uma forma inequívoca: - Cleo, a filha mais
nova do rei de Auranos; Jonas, um camponês de Paelsia, Lúcia, a criança adotada
de família real de Limeros e uma feiticeira poderosa, e Magnus, o primogênito
do rei de Limeros.
Longe
dali, há o Santuário, habitado pelos vigilantes, seres imortais que só podem
ver observar o mundo através dos olhos dos falcões. O Santuário é um dos pontos
obscuros da trama.
O
livro é fascinante, mas não se engane. As primeiras 70 páginas se arrastam. O
livro toma um ritmo alucinante no momento em que a princesa Cleiona começa seu
processo de amadurecimento, quando seu perfil apresenta todos os elementos de
uma boa heroína. Antes disso, Lúcia, Magnos, Cléo, Jonas são quase adolescentes
chatos e teimosos que só se metem em encrencas.
Ao
contrário de muitas resenhas que li, A Queda dos Reinos não é um conto de fadas
contemporâneo. A trama trata de uma guerra, onde o poder é a mais forte arma e
move o desejo de pessoas com perfis diferentes. Poder este que se sobrepuja e
usa as pessoas como se elas fossem seres descartáveis.
A
Queda dos Reinos também fala de amadurecimento. Cleiona, a princesa de auranos,
no inicio se apresenta como alguém que é mimada, voluntariosa e acostumada a
ter tudo o que desejava. De repente ela se vê diante de um fato que a leva a
crescer, e este crescimento a conduz aos desconfortos da vida adulta, mas
revela um coração bondoso e uma vontade acima de qualquer limite.
Também
é possível ver o jovem adolescente revoltado em Jonas, que as poucos (muito
pouco por sinal) vai percebendo que a ira e a sede de vingança muitas vezes o
leva por caminhos dolorosos.
Há
duas incógnitas na trama, uma delas é Lúcia, a filha adotiva do rei de Limeros,
que a principio parece ser uma garota bobinha, ingênua, mas que aos poucos,
depois que descobre suas capacidades mágicas se torna alguém com traços
estranhos, que neste primeiro livro não consegui distinguir se era de ódio ou
apenas uma reação a situação que se apresentou a ela.
Magnus
é outra surpresa. Bom, generoso no inicio, se torna alguém com sede de sangue e
vingança no final. Mas, não nos apresenta um perfil completo que possa ser
analisado neste volume.
A
Queda dos Reinos foi criado para ser uma trilogia, mas ao que tudo indica
haverá um quarto.
A
edição brasileira está muito bem acabada. A capa segue a original canadense e
as páginas internas apresentam pequenos detalhes de arte que nos rementem a
coisas antigas. A revisão está impecável e a tradução da Flávia Souto Maior
está perfeita. A editora acertou ao chamar a mesma tradutora para os três
livros lançados. Isso mantém uma unidade de linguagem que é muito importante.
Você sabe leitor que ao traduzir um novo livro é criado, e a autoria desta obra
se deve sempre ao talento do tradutor.
Fiquei
muito feliz em ler A Queda dos Reinos, e precisei me segurar para não
atravessar a rua e ir a livraria em frente a minha casa comprar os outros dois.
Mas, não sei se resistirei o tempo necessário para fazer a próxima resenha
isenta.
É uma leitura leve que eu
recomendo.
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