Autor: Shannon Hale
Tradutor:
Regiane Winarski
Editora: Record
Número
de páginas: 240
Ano
de Lançamento: 2014
Avaliação
do Prosa Mágica:
8
Em
primeiro lugar quero me desculpar com os leitores pela longa ausência em
publicar resenhas. Assuntos absolutamente pessoais me afastaram dos livros e
consequentemente, passei um mês longe de minha grande paixão.
De
volta, com força total, começo minhas resenhas com um livro leve,
despretensioso, mas ambíguo na avaliação e analise.
Não
é segredo para os meus leitores a minha paixão pela obra de Jane Austen, e isso
se refletiu em meu trabalho como escritora. É por isso que me sinto muito a
vontade em falar que Shannon Hale é, com toda a certeza, uma admiradora e
conhecedora da obra de Austen. No entanto, é claro, há o distanciamento de
mentalidade entre o que ela compreende de Jane e o que a autora realmente foi.
No
entanto, isso não elimina a importância de Austenlândia. O livro é uma fantasia
elevada ao quadrado, que pode e deve ser analisada do ponto de vista
psicológico. E tentarei fazer isso.
Cena do filme Austenlândia |
A
trama nos conta a vida de Jane (Personagem), uma mulher de 33 anos apaixonada
pela obra de Jane Austen e com uma fixação pelo Sr. Darcy (Convenhamos, quem
não desejou encontrar um senhor Darcy que atire a primeira pedra). A fixação é
tanta que ela parece não conseguir separar a fantasia da ficção e seus romances
acabam caindo em finais traumáticos. Uma tia de Jane deixa como herança uma
estada de 21 dias em um lugar chamado Pembrook Park, uma espécie de colônia de
férias onde as mulheres vão viver suas fantasias “Austenianas”. Lá, as mulheres
e homens se vestem e se comportam como se o tempo houvesse voltado para trás.
Quando
Jane chega lá se sente completamente fora de sua realidade e demora em se
acostumar com a farsa. Lá, atores são contratados para proporcionar uma
experiência realmente verdadeira para aquelas mulheres que pagam fortunas por
semanas de flertes e casos escondidos. Na verdade é constrangedor pensar na
situação, por que as mulheres que vão a Pembrook Park parecem mal amadas e
perdidas na vida.
Jane
é diferente, é claro, e isso nos proporciona o choque de realidade entre o que
foi a vida na época da autora e o que é possível fazer em dias de internet,
liberdade feminina e 50 Tons de Cinza.
Não
vejo problema em brincar com temas que abordem Jane Austen, mas é bom lembrar
as leitoras que não a conhecem, que a escritora tem um papel fundamental como
“retratista” fiel da vida e da sociedade na época em que viveu.
Não
se pode comparar as regras sociais daquela época com o que pensamos hoje. É
preciso um mergulho nos entornos que cercam a obra de Austen. Portanto, se você
está esperando por reverências a autora, nem leia Austenlândia.
Este
livro foi feito para divertir, e quem sabe questionar a fantasia maluca que
muitas leitoras alimentam quando se fixam em algum personagem interessante e
casadoiro.
Eu
gostei de Austenlândia por que li sem nenhuma pretensão. Li por pura distração
e a Jane da trama me fez mergulhar em outra dimensão. Agora, eu posso dizer que
gostei do final. Foi criativo, e por que não dizer que, talvez se Austen fosse
viva, ela daria o mesmo fim a sua homônima.
Só
para que você não se assuste, o livro é juvenil. Shannon Hale não perdeu a mão
para escrever livros adolescentes, e Austenlândia está longe de ser um livro
para adultos. Mesmo assim vale a leitura.
O
que ficou do livro? – Jane e o final delicioso e romântico. Bem água com açúcar
para um domingo chuvoso como o que passou.
Já tem algum tempo, que também por falta de tempo, que é o que parece que tenho mais, não tenho visitado seu blog, mas ele esta lindo. Parabéns, você caprichou e além das suas publicações que são sempre uma aula de bom gosto e sensibilidade, esta com uma apresentação moderna e motivante.
ResponderExcluirParabéns, continuo sendo seu fã incondicional.
Luis Antonio