Autor: Mari Scotti
Editora: Novo Século
Selo: Novos Talentos
Número
de páginas: 360
Ano
de Lançamento: 2013
Avaliação
do Prosa Mágica:
9,5
Mais
uma autora que me deixa desesperada no final do livro. Eu não esperava por
isso.
Híbrida,
da escritora brasileira Mari Scotti é genial. Não é simplesmente um romance
sobre vampiros, algo “água com açúcar” que “vai na onda” do sucesso de
Crepúsculo. A trama é digna de uma autora que sabe o que faz. Sorte minha, pois
é o segundo livro sobre vampiros escrito por uma brasileira que me deixa sem
fôlego no último ano.
Hibrida
é a história de Ellene, uma garota adotada por uma família de lobisomens e que
cresceu acreditando que era uma loba também. Mas aos dezessete anos vê sua vida
desmoronar.
Ellene
também tem sonhos recorrentes com um homem que a assusta, mas ao mesmo tempo
parece despertar nela sentimentos que vão além de sua compreensão.
Como
pano de fundo há o grupo de vampiros e sua rainha seqüestrada há mais de 100
anos. Há Milosh, um vampiro apaixonado e fiel a sua rainha durante todo este
tempo, mas que também sonha com uma menina de cabelos ruivos e conversa com ela
através do pensamento e fica cada dia mais confuso com tudo isso.
A
trama é complexa, por que te deixa sem pistas concretas para desvendar o
segredo que se esconde por traz do desaparecimento da rainha. Hibrida é uma mistura de romance adolescente,
thriller, suspense e fantasia, tudo equilibrado na dose certa.
Eu
fico muito feliz quando leio algo assim, um livro que emociona, que faz o
leitor viver parte das cenas, que transforma o que é comum, “enlatado” em algo
criativo.
Não
há grandes delírios literários, não há excessos em Mari Scotti. A sensação que
dá ao ler Hibrida é que a autora faz questão que a imaginação do leitor
trabalhe e isso é delicioso.
Milosh
é um caso a parte. Você tem vontade de conhecê-lo, de saber qual é o segredo
que se esconde por trás daquela máscara de galã. O vampiro é um personagem
muito humano e por isso difícil de entender. O amor que ele carrega por
Elizabeth – a rainha desaparecida – é tão grande que Milosh parece um príncipe.
Heidi
é alguém que se pode amar e odiar. Eu não gostei dela – não mesmo – Mari a
apresenta como um personagem fugidio, alguém que se camufla e nunca mostra quem realmente é.
Gostei
do toque de feitiçaria na trama e dos poderes especiais dos vampiros. São bem
mais consistentes que os dons de Alice e Edward em Crepúsculo.
Agora
vou contar um fato terrível. Mari Scotti não tem dó do leitor, não mesmo. Ela
montou um vai e vem maluco dos personagens. Ora você lê sobre Ellene, e seu
coração vai acelerando até o ápice, então a autora muda de personagem e te
deixa sem saber o que vai acontecer. Então você pacientemente acompanha a
história do outro personagem que irá ficar sem final novamente. É fantástico...
é enlouquecedor.
Com
certeza a Novo Século tem que colocar uma tarja na capa do livro dizendo:
“Proibido para pessoas cardíacas”. J
Enfim,
Hibrida é leitura imperdível. Com certeza.
O
que me deixa muito feliz é que a literatura brasileira vem cada dia melhorando.
Cada dia mais autoras (Principalmente) escrevem histórias dignas da boa
literatura britânica. Percebo também uma incoerência em tudo isso. As autoras
que mais “fazem fama”, algumas até estão com seus livros vendendo em língua estrangeira,
não são as melhores. As boas autoras, engajadas com um texto universal – sem regionalismos
- estão espalhadas por sites de auto-publicação e algumas editoras “generosas”
que aprenderam a olhar para o futuro. A Novo Século é uma delas.
Mari
Scotti tem um futuro grandioso pela frente. A continuação de Hibrida sairá
ainda este ano, e a segunda edição de Hibrida logo logo estará nas livrarias.
Estou aguardando com ansiedade.
So, obrigada pelo capricho na resenha e por tantos elogios! Você é uma querida e fiquei muito feliz em saber que gostou da trama.
ResponderExcluirEu sou má, não posso negar, adoro deixar todos roendo as unhas de curiosidade, ansiedade, desespero e mais AUHAUH.
Beijão, sucesso!
Mari Scotti