Autor: Mary
Amm Shaffer e Annie Barrows
Tradutor: Léa Viveiros de Castro
Editora: Rocco
Número
de páginas: 304
Ano
de Lançamento: 2008/2009(Brasil)
Avaliação
do Prosa Mágica:
10+
“Sinto
muito incomodá-la, mas sentiria ainda mais se não a conhecesse, já que seus
textos me tornaram seu amigo.
Esperando
não tê-la incomodado, Dawsey Adams “
Assim
o personagem Dawsey dá o “ponto de partida” para uma história intrigante,
emocionante e cheia de seres humanos deliciosos.
Acabei
de ler “A Sociedade Literária e a torta de casca de batata”, das autoras MaryAnn Shaffer e Annie Barrows e fiquei extremamente emocionada. A sensibilidade e
a forma como foi construída a história só pode ser fruto de mãos e mentes
talentosas.
A
trama do livro se passa no pós-guerra. A escritora e bem-sucedida Juliet Ashton
recebe uma carta de um homem desconhecido e a partir dai se descortina uma
série de personagens, que através de cartas, contam suas vidas cotidianas, suas
experiências durante a ocupação nazista, e sobre um divertida e intrigante
Sociedade Literária na ilha de Guernsey, Reino Unido.
Juliet,
com sua habilidade de escritora e seu senso extremo de humanidade, passa a se
corresponder e se apaixonar por essas pessoas, até que um desejo incontido de
conhecê-las, e quem sabe escrever um novo livro, a leva a ilha e a novas
experiências que irão transformá-la.
As
autoras foram tão hábeis, que durante a leitura você fica em dúvida se a trama
é real ou fictícia. Eu me apaixonei por Juliet, por seu talento, por ser
caráter, por suas escolhas. Ela é e vive o que todo escritor gostaria de viver.
O
livro inteiro é contato através de cartas, e estas cartas possuem múltiplos
narradores e um único fio condutor: - a escritora. Cada personagem é uma
surpresa. Sidney, o editor, é a figura do amigo fiel e amoroso. Achei
encantadora a forma como ele trata Juliet, e no princípio você chega a desejar
que a escritora se apaixone por ele, mas acaba descobrindo que Sidney é
homossexual. Que lindo! Que sensibilidade da autora colocar o personagem nesta
condição, sem caricaturas, em uma época em que o preconceito era avassalador.
Sidney é alegre e otimista, um intelectual para se conversar por horas a
fio. Quem não gostaria de ter um amigo assim?
Dawsey
é o ponto de partida e o ponto de chegada. É o homem do campo, simples, que se
apaixona por um escritor e esta paixão acaba ampliando, não só os seus
horizontes intelectuais, mas a sua vida pessoal.
Ilha de Guermsey |
Elizabeth,
a mulher que foi capturada pelos nazistas permeia toda a história e parece um
fio invisível que liga todos os personagens. Não cheguei a me encantar com ela,
por que Elizabeth parece um personagem criado pela própria Juliet. Ela é
ficcional demais.
Quando
eu digo que livro é cultura, muitas pessoas torcem o nariz. Ficção para elas é
algo muito parecido com divertimento banal. Em A Sociedade Literária eu
descobri que a Inglaterra evacuou suas crianças para locais seguros. Que isso
foi um drama para os pais, e uma afortunada idéia, provavelmente de Churchill,
para defender o futuro de seu pais. Como não cair de amores por uma nação que
tem visão de futuro e age no hoje?
O
livro é original, inteligente, tocante e consegue inserir o leitor em outro
mundo do qual você não quer voltar.
Eu
recomendo o livro para escritores, criadores e leitores comuns. Para cada um
ele trará uma surpresa. Fui afortunada pelo impacto triplo que ele me causou.
Linda esta edição inglesa. |
Oi, Soraya.
ResponderExcluirLogo de cara o título do livro já me intrigou.
Depois vi sua classificação e fiquei ainda mais curiosa.
Achei a ideia central da história bem bacana e anotei a dica.
Infelizmente, tenho trabalho muito e mal sobre tempo para dar conta dos livros de parceria, mas quem sabe um dia! rs...
beijos
Camis - Leitora Compulsiva