Autor: J.T.Bannan
Tradutor: Martha Argel e Humberto Moura Neto
Editora: Jangada
Número
de páginas: 344
Ano
de Lançamento: 2012/2015(Brasil)
Avaliação
do Prosa Mágica:
7
Em
primeiro lugar eu gostaria de esclarecer que vou contar sobre a trama muito mais
que costumo fazer em minhas resenhas, o motivo para me estender é que sem este
extra, eu não poderia fundamentar minhas considerações sobre “Origem, um
segredo que pode ser a nossa destruição”, de J.T.Brannan.
A
trama é muito interessante e criativa. Começa na Antártida, onde a pesquisadora
da NASA e seu grupo de trabalho descobrem um corpo com mais de 40 mil anos. Não
um corpo comum, mas um homem com aparência moderna. Depois disso, a cientista
Evelyn Edwards não tem mais sossego em sua vida. Passa a ser caçada como um
animal, e quase sucumbe por diversas vezes. Junto a Evelyn se une seu ex-marido
Matt (um descendente indígena), que usa de suas habilidades de rastreador para
mantê-los vivos em meio a esta perseguição sem fim.
A
história começa então a referenciar autores como Erich Von Daniken, Isaac
Azimov, Dan Brown dentre outros. A história tem base no famoso “Hangar 51”,
suposto depósito de evidências de vida extraterrestre. Junto a isso há uma
trama envolvendo uma organização que está construindo uma poderosíssima máquina
com a ajuda dos extraterrestres que poderá destruir a humanidade. E, para
completar, a cientista promove um ato que tem toda a aparência de redentor.
Infelizmente
não posso contar mais sem cair nos spoilers, mas já dá para começar a falar
sobre Origem. A idéia central da trama é sensacional e a mistura parece bem
equilibrada na referência a obras geniais deste tipo de literatura. Misturar
Ets, pesquisadores da NASA, o CERN e um grupo de indígenas norte-americano é
algo novo, e isso traz, sem dúvida um refresco em tanta mesmisse que tenho
visto.
A
questão sobre ética na ciência, sobre o certo e errado é muito interessante,
assim como as passagens que envolvem a questão antropológica e cientifica que
estão na base da trama.
Evelyn
é o estereótipo do que muita gente acredita que uma mulher pesquisadora pode
ser em face das exigências profissionais: - sozinha por que colocou o trabalho
acima de tudo. Masculinizada até certo ponto e “sem sentimento”.
Matt,
seu ex-marido, é o homem sensível, que tem sua vida desmoronada pela mulher que
o abandona, e por isso vai fazer trabalhos perigosos que de certa forma,
destroem sua vida. Um personagem interessante, mas que não foi bem aproveitado
pela autora.
Então
chegamos a um impasse: A trama é boa, muito boa, mas o desenvolvimento dela é
mediano. Há excessos de cena de perseguição, excessos de descrições nestas
cenas, muitos excessos que poderiam ser cortados dando espaço para a parte
cientifica que é o que realmente nos interessa.
A
ênfase na Organização que está por traz da perseguição chega a irritar muitas
vezes. Jacobs, o presidente da organização, foi mal explorado. Não dá para
traçar seu verdadeiro caráter, pois a abordagem dele, apesar de massiva, foi
muito superficial.
Origem
é um livro genial – não tenho dúvidas disso. – mas precisaria ser reescrito para
que a forma se adapte ao conteúdo.
Recomendo
a leitura sim. – Isso não é uma contradição. – A temática nova que surgiu deste
festival de referências é bem interessante, e no final o faz refletir sobre os
limites da ciência.
Comentários
Postar um comentário
Obrigada, seu comentário é muito importante.
Caso vá comentar no modo anonimo, por favor assine seu comentário.
Obrigada pela participação.