Autor: Marcello
Simoni
Tradutor: Gilson César Cardoso de Sousa
Editora: Jangada
Número
de páginas: 560
Ano
de Lançamento:
2015 (Brasil) 2013 (Itália)
Avaliação
do Prosa Mágica:
8
No
primeiro livro foi o 'Ute Vetorum”, um livro raro capaz de
evocar os anjos. Depois veio o “Turba philosophorum” um
manuscrito atribuído a Pitágoras, e agora em O Labirinto no Fim do Mundo, Marcello
Simoni nos apresenta outro desafio para Ignazio de Toledo, o mercador de
relíquias.
Agora
ele nos apresenta uma trilha de sangue que se inicia em Nápoles e segue até a
Sicilia, uma trilha de assassinatos cometidos por um estranho cavaleiro negro
munido de um artefato inusitado.
O
inquisidor Konrad von Marburg, religioso da Santa Fé, e como todos os
fanáticos, tenta por fim a este assassinatos atribuindo poderes demoníacos nas
ações, e por estar no lugar errado e na hora errada, Ignazio de Toledo acaba
sendo o principal suspeito.
Marburg
concentra suas suspeitas inicialmente em Suger, um magister medicinae, que é expulso de sua cátedra por apoiar as idéias
de Aristóteles. Depois, Marcello nos leva a uma viagem que vai ao encontro das
guerras por poder, dos abusos cometidos contra judeus, e das curandeiras,
consideradas bruxas.
Para
provar sua inocência, Ignazio corre contra o tempo e nos apresenta um mercador
mais velho, mais centrado e humano. Ele já não é mais o centro absoluto da
trama, divide sua participação com outros personagens que dão o diferencial
deste livro.
O
Século XIII é conhecido por seus perigos, dentre eles a caça a hereges, ou
seja, a todos que detinham o conhecimento e faziam uso de seu raciocínio para
formular opiniões. Época em que ensinar Aristóteles, ou o simples fato de
lê-lo, seria motivo para morte em uma fogueira.
Época
em que a censura no ensino e o fanatismo religioso nos faz refletir sobre os
perigos dos excessos, e nos faz observar o mundo de hoje com outros olhos,
Eu
gostei muito do livro, exatamente pelo que descrevi acima: - sua capacidade de
nos fazer pensar. Não é um livro para se ler de uma vez só. Você terá que
degustar página a página, sem pressa. E, apesar da quantidade de cenas de ação
ele é lento, necessariamente lento. O Labirinto no Fim do Mundo não poderia ser
de outra forma.
Marcello
mantém seu estilo de escrita. Capítulos curtos, takes cinematográficos e
relatos históricos fidedignos. Uma escrita fluida que nos envolve na trama do
começo ao fim.
Quando
Labirinto acaba você quer mais; quer saber o que acontecerá com Ignazio, quer
saber mais sobre o astrônomo Michele Scoto. Marcello nos deixa no suspense, uma
sensação que só irá passar quando a continuação for lançada. Sábio na escrita e
na manipulação de emoções.
Só
lendo para compreender está confusa mistura de sentimentos. Eu recomendo.
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