Autor: Louise
Walters
Tradutor: Fátima Pinho
Editora: Essência
Número
de páginas: 352
Ano
de Lançamento:
2014
Avaliação
do Prosa Mágica:
9+
Não
sei o que acontece, mas tenho uma tendência a gostar bem mais de escritores
ingleses que os americanos. Os escritores da terra da rainha devem ter
Shakespeare no sangue, sei lá. E, Louise Walters é inglesa, de Oxfordshire, um
lugar que eu amo e que parece inspirar histórias instigantes.
A
Maleta da sra. Sinclair fala de livros e de histórias de vida. Fala também de
recordações, as perdidas, que chegam através de cartas, fotos e cartões
esquecidos em livros vendidos a sebos, e também nos conta sobre recordações que
vivem como feridas abertas, que precisam ser revolvidas para que possam
definitivamente cicatrizar.
O
livro de Louise Walters é sobre Roberta, a mulher do presente, que trabalha em
uma loja de livros novos e de segunda mão, e fala de Dorothy, a mulher do
passado, repleta de segredos e arrependimentos.
Roberta
recebe de seu pai uma maleta. Dentro dela encontra uma carta escrita por seu
avô que parece revelar um passado diferente do que ela conhecia.
Sua
avó Dorothy, guarda um segredo de dor e amor, enterrado no passado e que parece
afetar a estrutura familiar sempre tão equilibrada e “correta”.
Em
um vai e vem temporal, transitamos entre 2010 e os tempos da guerra. Um zig-zag
alucinante que nos deixa muitas vezes perplexos com seus desdobramentos.
Cada
capítulo é pontuado por uma carta, foto ou recado, que Roberta coleciona todas
as vezes que os encontra nos livros que estão a venda na Old & New. Recados
que constroem uma vida paralela a trama do livro, recortes de outras pessoas. Você
se sente como se estivesse em frente de uma janela de um apartamento alto, a
noite, observando os outros prédios ao redor e pensasse: - o que estarão
fazendo todas estas pessoas? O que sentem? Terão problemas graves ou suaves? –
É aquele momento em que você sente que não existe apenas você no mundo, e que
nunca saberá o que se passa ao seu redor, por que as histórias individuais são
quase secretas.
É
com este espírito que Louise escreve, construindo uma trama delicada e
fascinante, que aos poucos vai quebrando tabus e revolucionando o pensamento.
Não
gostei da personagem Dorothy. Ela é chata, complexada e boba. Não consigo vê-la
como anti-heroína. É apenas uma pessoa que não gostaria de conhecer na vida
real, mas que tem papel preponderante na trama.
Já
Roberta é fascinante, repleta de vida, vontades e uma capacidade imensa de
realizações. É alguém que você gostaria de ter como amiga e passar longas horas
conversando.
A
Maleta da sra. Sinclair é um daqueles livros que se sente falta quando termina.
Eu gostaria de saber mais a respeito de Roberta e sua coleção de esquecimento.
Eu queria saber mais sobre o seu romance e seu futuro.
Mas,
assim é a vida. Olhamos para milhares de rostos todos os dias, conversamos com
um ou dois, por acaso no ponto de ônibus, no supermercado, e depois ficamos sem
saber o fim da história que este personagem da vida real nos contou.
Eu
vou reler este livro, não tenho dúvidas disso.
Olá, Soraya!
ResponderExcluirFinalmente estou conseguindo comentar de novo!! rs..
Ainda não conhecia esse livro, mas achei a história interessante.
Que pena que não gostou de uma das personagens, mas pelo menos a outra te ganhou!! rs...
Acontece...
beijos
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