Pular para o conteúdo principal

Escritoras Inglesas – Jane Austen

FOTO: PROSA MÁGICA
Se existe algo que nunca suportei foi fanatismo. E, assim como existe este comportamento para todas as coisas comuns, também existe para o que é bom, como Jane Austen, mesmo assim nunca me considerarei uma “fanática” por ela. Talvez apaixonada, encantada e sobretudo feliz por ter a oportunidade de ler a ousadia desta jovem, que há cerca de dois séculos retratou tão bem a sociedade em que vivia.
Mas o que Jane Austen possui que encanta ainda hoje as pessoas?
Creio que a qualidade do texto, a profundidade da obra, o conhecimento da sociedade em que vivia, e o velho sonho que ainda sobrevive entre as mulheres – encontrar seu príncipe e se casar.
Em Orgulho e Preconceito, que considero uma de suas obras perfeitas, a família de Elizabeth Bennet é um retrato das que existem ainda hoje. Uma descrição perfeita das pequenas disputas entre irmãs, da preocupação materna com o futuro das filhas, e por que não dizer, com o pai que muitas vezes parece completamente alheio ao que acontece a sua volta. Além disso, há também aquele comportamento “provinciano” que parece ter retornado nas adolescentes deste milênio,  de querer viver em festas, ignorando a leitura, a cultura e o que realmente vale a pena no mundo. Em resumo, a sociedade de Jane Austen se parece demais com a sociedade de 2016.
Mas isto não é uma crítica à obra da autora, muito pelo contrário, Jane Austen foi capaz de criar algo que é real na atualidade, que se renova, que muda de roupa, de linguagem, de bebida principal, mas continua verdadeiro em uma analise do cotidiano. É como se ela captasse a alma humana em símbolos fonéticos e as fixasse ali. Todas as vezes que você abre um livro, aquele pedaço de alma escapa e se transforma em algo atual, em alguém de “carne e osso” que conhecemos.
Continuarei sendo leitora de Jane Austen até o fim desta vida. Lerei quantas vezes conseguir todos os livros, em português, em inglês. Verei todas as adaptações, mas tenho certeza que nada superará o impacto da primeira leitura e da primeira adaptação que vi.
Para quem ama Austen, tomar um chá nesta sexta-feira fria com um belo volume de suas obras nas mãos e mais que um presente.
- Estão servidos?

Comentários

As mais vistas

A princesa dos olhos tristes

Se vocês me permitem um pequeno comentário intimo, há uma “mania” na família de minha mãe de colocar nome de princesas nas filhas. Naturalmente começou com a minha, que me batizou de Soraya (em homenagem a princesa da Pérsia, Soraya Esfandiary Bakhtiari), depois minha prima batizou sua filha de Caroline (Homenagem a filha da belíssima Grace Kelly, rainha de Mônaco) e alguns anos depois, meus tios colocaram o nome de Anne (princesa da Grã Bretanha), em minha prima. Então é fácil imaginar que vivemos em clima de “família real” boa parte de nossa infância e adolescência. Mas, de todas as histórias reais, a que mais me intriga e fascina é a da princesa da Pérsia, por ter sido uma história de amor com final infeliz, mas não trágico. Soraya foi a esposa e rainha consorte de Mohammad Reza Pahlavi, Xá da Pérsia. Conheceram-se na França, na época em que Soraya fazia um curso de boas maneiras em uma escola Suíça. Logo ela recebeu um anel de noivado com um diamante de 22,37 quilates. O casamento ...

Inferno

Autor:  Dan Brown Tradutor: Fabiano Morais e Fernanda Abreu Editora:  Arqueiro Número de páginas:  448 Ano de Lançamento:  2013 (EUA) Avaliação do Prosa Mágica:   9                               Gênio ou Louco? Você termina a leitura de Inferno e continua sem uma resposta para esta pergunta. Dan Brown nos engana, muito, de uma maneira descarada, sem dó de seu leitor, sem nenhuma piedade por sua alma. O autor passa praticamente metade do livro te enganando. Você se sente traído quando descobre tudo, se sente usado, irritado, revoltado. Que é esse Dan Brown que escreveu Inferno??? Nas primeiras duzentas páginas não parece ser o mesmo que escreveu brilhantemente Símbolo Perdido e Código D’Vince.  Mapa do Inferno. Botticelli. Então, quando você descobre que está sendo enganado, as...

Setembro

Autor:   Rosamund Pilcher Tradução: Angela Nascimento Machado Editora:  Bertrand Brasil Número de páginas: 462 Ano de Lançamento: 1990 Avaliação do Prosa Mágica:   10                         É uma história extremamente envolvente e humana que traça a vida de uma dúzia de personagens. A trama se passa na Escócia, e acontece entre os meses de maio a setembro, tendo como pano de fundo uma festa de aniversário que acontecerá em grande estilo. Violet, que me parece ser a própria Rosamund, costura a relação entre as famílias que fazem parte deste romance. Com destreza e delicadeza, a autora   nos conta o cotidiano destas famílias, coisas comuns como comer, fazer compras, tricô, jardinagem. Problemas pessoais como a necessidade de um trabalho para complementar a   renda e outras preocupações do cotidiano que surpreendem pela beleza...

Seguidores