Autor: Lucinda
Riley
Tradutor: Fernanda Abreu
Editora: Arqueiro
Número
de páginas: 464
Ano
de Lançamento:
2016
Avaliação
do Prosa Mágica:
9
Beethoven dizia “A melodia
é a vida sensível da poesia”. Nada é tão verdadeiro como esta frase na obra de
Lucinda Riley, construída como uma grande opera na qual a dramaticidade se
sobressai com as tonalidades da traição e da dor amorosa.
Por outro lado, Nietzche
nos apresenta um lado forte nesta grande música criada por Lucinda Riley. O
filosofo nos diz que “A música oferece às paixões o meio de obter prazer
delas”. Que definição melhor se teria
para o personagem Roberto Rossini? Quem mais em “A Garota Italiana” explora
todos os prazeres que a música pode lhe trazer?
Rosanna Menice é uma
simples garota italiana, que aos onze anos conhece Roberto Rossini e decide que
se casará com ele no futuro. Mas Rosanna não é só isso, ela é uma grande
cantora, que conta com a ajuda de seu irmão Luca para trabalhar sua voz até
estar pronta para receber uma bolsa de estudos no grande Scala de Milão.
Rosanna é esforçada,
determinada e já muito nova, desponta como uma grande artista. Roberto é quase
um lugar comum; - um homem com grande talento, mas que se deixa seduzir não só
pelos prazeres do mundo, mas pela beleza que possui e que seduz qualquer mulher
que encontra pela frente.
Por incrível que parece, é
Roberto quem descobre na garotinha Rosanna o talento. É ele quem indica o
primeiro professor, e é o cantor que se tornará seu par na primeira
apresentação no papel principal de uma opera.
O cantor não será só seu
partner nos palcos, mas se torna o marido de Rosanna na vida real, e é neste
ponto que Lucinda emprega toda aquela fórmula que estamos acostumados (e
apaixonados) em seus romances: - homem trai mulher e casamentos que não
funcionam.
Lucinda Riley consegue
introduzir nesta grande “opera” outros personagens interessantíssimos como Abi,
a cantora lírica que não é tão talentosa; o irmão Luca, que possui um coração
de ouro e uma cabeça muito confusa; e a irmã Carlotta, que aparece muito pouco
na trama, mas que tem um papel primordial. É como se ela fosse escalada para cantar
um solo de apenas 3 minutos em uma opera, mas sua atuação é tão marcante que
determina o ritmo do restante do espetáculo.
Confesso que chorei no
desfecho do livro. É impossível não chorar. A autora não escreveu “A Garota
Italiana” para que terminássemos rindo, mas perplexos, emotivos e completamente
envolvidos por personagens tão reais.
A trama é antiga. Lucinda escreveu nos seus
primórdios de escritora, e como ela mesma disse, ainda carecia da maturidade
que possui hoje. No entanto, “A Garota Italiana” já revelava a grande carga de
humanidade que ela empregaria em seus livros, e não só isso, o trabalho
minucioso de pesquisa que ela faz e que neste livro precisou fazer, em uma época em que a internet
ainda não era tão”poderosa” e o único recurso eram as bibliotecas.
Se todos os romances
antigos tiverem esta força, estarei torcendo para que sejam republicados
rapidamente. Seria muito complicado passar um único ano sem ler algo novo de
Lucinda Riley.
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