Autor: Paulo Stucchi
Editora: Jangada
Número
de páginas: 416
Ano
de Lançamento:
2019
Avaliação
do Prosa Mágica:
10
Vamos começar esta resenha
com a sinopse:
“Ao receber a notícia da
morte de seu pai Olaf, um ex-soldado alemão refugiado no Brasil , Hugo Seemann
viaja à Serra Gaúcha para cuidar do funeral. Contudo, o que parecia ser uma
mera formalidade de despedida a um pai que nunca conhecera de verdade, torna-se
uma jornada ao passado e aos horrores da Alemanha nazista. Durante o funeral,
Hugo recebe a visita da jovem Valesca Proença, que lhe mostra uma carta enviada
por Olaf à sua mãe, contendo estranhas revelações que contradizem tudo o que
achavam que sabiam a respeito de seus respectivos pais. Buscando desvendar
esses antigos segredos há muito enterrados, eles partem para Colônia, onde
descobrirão suas origens e o passado sombrio de Olaf. Uma trama envolvendo
amizades, traição, morte, amor e milagres que uma obscura organização surgida
na época do Terceiro Reich fará de tudo para manter em segredo, na intenção de
encobrir a verdadeira identidade sobre uma criança conhecida somente como... A
Filha do Reich.”
As hábeis mãos de um
escritor podem transformar um assunto árido em algo empolgante, recheado de
emoções fortes e sinceras. Paulo Stucchi consegue isso e muito mais em seu
livro A Filha do Reich, publicado pela editora Jangada.
Paulo colocou a história e
a visão de um soldado nazista nos olhos de personagem dos dias de hoje, Hugo,
um publicitário que começa a descobrir sob o passado do pai apenas depois de
sua morte. E, esta forma de narrar os fatos humaniza a história.
Não estamos acostumados a
pensar nos nazistas como seres humanos. Na maior parte do tempo nos referimos a
eles como monstros (e realmente foram), no entanto nos esquecemos de que houve
pessoas dentre eles que foram obrigados a fazer aquelas barbaridades, e que em
alguns casos, tentaram salvar inocentes daquele holocausto inimaginável. Oscar
Schindler foi um deles.
A Filha do Reich é repleta
destas surpresas, destes pontos de vistas inusitados, de uma ambientação
perfeita nos detalhes, de personagens bem delineados que não são idolatrados em
nenhum momento, mas apresentados como seres humanos.
Encantei-me com a escrita
fluente, com o toque de thriller empregado pelo autor, que nos prende da
primeira a última linha sem que consigamos respirar.
É nítido que Paulo Stucchi
fez uma pesquisa detalhada para escrever o livro, e talvez seja exatamente isso
que nos deixa encantado e perplexo com os detalhes.
É uma leitura que eu
recomendo em todos os sentidos, mas o principal deles é a reflexão. Os fatos
reais deste livro não podem acontecer nunca mais, e para isso precisamos nos
lembrar constantemente de onde o “ser humano” pode chegar quando troca sua humanidade
pelo poder.
Paulo Stucchi está de
parabéns pela sua criatividade e habilidade em nos fazer refletir sobre isso.
Obrigado pelas palavras, Soraya! Saudações!
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