Autor: André
Cauduro D’Angelo
Editora: Cultrix
Número
de páginas: 232
Ano
de Lançamento Brasil:
2015
Avaliação
do Prosa Mágica:
-
O que é a felicidade? Com
certeza cada um de nós tem uma frase para explicá-la, mas o certo é que a
felicidade não é algo exterior a nós, mas faz parte de quem somos como
essência.
Sócrates, o filosofo, não
acreditava na felicidade como a satisfação de nossos desejos, mas o ato de ter
uma conduta justa e honesta. Já Aristóteles, discípulo de Platão, acreditava
que também precisamos suprir nossas necessidades básicas como a boa saúde, a liberdade
(em oposição a escravidão) e situação socioeconômica adequada. Também
acreditava que felicidade era fruto de uma harmonia e equilíbrio na prática do
bem.
Em seu livro “Por uma vida
mais simples”, André Cauduro D’Angelo discute a felicidade como fruto de uma
simplicidade autoimposta.
O livro tem uma abordagem
bem interessante, e é muito bem embasado já que é fruto de uma pesquisa
acadêmica.
Se tomarmos por base
apenas o fato de Aristóteles falar sobre equilíbrio, percebemos que o retorno
autoimposto a uma simplicidade, por si só não funciona.
Quando você pesquisa o
tema percebe que todas as pessoas que abandonaram a vida que levavam e optaram
por uma “simplicidade”, eram muito ricas. E, de certa forma, preenchiam vazios
interiores com carros, roupas caras, excessos alimentares e outros bens
absolutamente supérfluos. Não havia equilíbrio.
Não consigo imaginar uma
pessoa que vive o dia a dia em condições de “escassez” fazer um discurso
desses.
Você percebe que as
pessoas que mais falam em simplicidade, são as que mais abusaram dela. E, mesmo
retornando a este estado, ainda possuem capacidade para “bem estar de saúde e
socioeconômico”,pois o que lhes faltava era apenas a liberdade, já que estavam
completamente obliviadas pelo material.
Então, quando li o livro
fiquei pensando naquelas pessoas que moram no interior do país, que possuem tão
pouco para viver, que precisam muitas vezes implorar por um atendimento de
saúde ou para ter uma comida um pouco diferente na mesa. Será que elas diriam
que essa “falsa simplicidade” é algo bom?
A meu ver, e está é minha
opinião, quando vejo pessoas falando que vão abandonar seus hábitos de consumo
(geralmente excessivos), ou que não irão trocar de celular e carro como se
troca de roupas, mas vivem em uma casa muito boa, tem plano de saúde, usam
roupas de qualidade e mesmo morando em um sítio, não vivem em taperas, fico
questionando se isso é realmente uma opção pela simplicidade ou seguir uma
tendência.
Parte das pessoas vivem
imersas em um mundo de “mentiras”, na qual consumo em excesso preenche um vazio
interior renitente. Ser simples não é adotar o modelo “São Francisco de Assis”
e sair nu pelas ruas. Simplicidade está no caráter, na forma como nos
relacionamos com as coisas, a comida, a moda e o mundo. Ser simples é ser
honesto com seu próprio ser
.
Ser consciente no consumo,
não ostentar bens materiais, se preocupar com o próximo, com a natureza sempre
fez parte dos deveres da humanidade, o que aconteceu no último século foi que
as pessoas se desviaram desta rota.
Tenho consciência que
extrapolei o estilo “resenha”, mas minhas desculpas são que este não é um livro
para se resenhar, mas para se debater as ideias, e confesso que estou adorando
fazer isso aqui no blog.
Você vai me perguntar se
vale a pena ler; SIM, vale muito. Não é possível você discutir um assunto sem
conhecimento mínimo sobre o tema, e por outro lado, ele também servirá como reflexão
de vida.
Leia e depois me conte o
que sentiu.
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