Li muito este ano, muito mais que li no ano passado inteiro, mas venho sofrendo de inconstância
literária, o que significa que muitas vezes leio 500 páginas em 2 dias e
outras, levo dois meses para ler 100. Neste exato momento estou na segunda alternativa,
o que significa que a leitura de O Silmarillion segue devagar.
Confesso que deixei de lado
a paranoia de me obrigar a ler um monte de livros por causa do blog. Leitura é
puro prazer, é amor ao texto, é observar as entrelinhas, e se deliciar com as
formas como o autor mistura e brinca com as palavras, e isso não pode ser feito
em um ritmo frenético.
Posto esta explicação
necessária, seguimos com o tema de hoje. A pandemia provocada pelo coronavírus
no mundo e no Brasil.
Entrei de quarentena
(Isolamento Social) no dia 23 de março, junto com a minha amada cidade São
Paulo. Até o dia 14 de abril trabalhei como uma condenada na preparação de
aulas para os meus alunos – fato que não reclamo, pois confesso ter gostado
muito desta modalidade de ensino.
Na primeira semana consegui
ler um pouco, escrever uma crônica para o Clube de Autores (Cruzando os dedos
para ser premiada) e desenhei bastante. Depois, acabei trabalhando muito mais
do que me dedicando a leitura.
A verdade é que não me
incomoda ficar em casa. Sempre acreditei que a “Casa” é nosso templo de
reflexão, é nela que nos encontramos com nós mesmos, despidos de todas as
roupagens que usamos no cotidiano de nossas relações sociais. Não tenho medo de
me encontrar, mas compreendo as pessoas que estão “surtando” em ficar em casa.
Talvez este seja o primeiro encontro em suas vidas com elas mesmas em que são
obrigadas a olhar para seu interior e isso deve estar assustando muita gente.
É de suma importância que
todos fiquem em casa, que enfrentem seus fantasmas, seus medos, que se olhem no
espelho com amor e carinho e se reencontrem. Nos dias de hoje, o maior perigo
está lá fora.
Por que estou escrevendo tudo
isso em um blog literário?
Por que é necessário se
reinventar, por que precisamos aceitar o desafio da jornada. Lembre-se de “O Hobbit”
que só pode se conhecer melhor e descobrir o mundo e a verdadeira amizade depois
que aceitou “o chamado”. Fico, por vezes, imaginado se o Tolkien não tivesse
aceitado “o chamado” para escrever toda a sua imensa e densa obra, o mundo
literário seria bem mais vazio.
Prosa Mágica estará te
acompanhando nesta quarentena com publicações, bate papos, lives e leituras de
trechos de livros. Tudo para que você fique em casa.
E, fazendo minhas as
palavras que li no Facebook outro dia: “Se você ainda não descobriu uma maneira
de ressuscitar as pessoas, fique em casa, e leia muito”.
* Estou usando uma máscara de afesteirabycintia
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