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Atitudes Libertadoras


Na semana passada almocei com um grande amigo. Uma pessoa incrível com a qual compartilho minha vida desde 1983.

Entre uma conversa e outra, cujos assuntos variavam do dia a dia a questionamentos psicológicos, o amigo me pergunta algo inusitado:

- Você já mandou alguém para aquele lugar?

- Em público? – questiono.

- Sim, em público.

Respondo com um misto de vergonha e de triunfo, afinal o amigo me conhece muito bem.

- Sim, uma única vez.

E ele questiona sem piscar:

- Foi libertador?

Fico pensando em quanto é libertador você cortar amarras, fugir do comum, das regras que embotam nossa criatividade.

Lembrei-me de um professor genial, que nos orientou em caso de bloqueio da criatividade, pegue uma folha de papel e escreva os dez palavrões mais cabeludos que conhece. Ao final você estará renovado e pronto para criar. A folha de papel comprometedora pode ir ao lixo diretamente ou se você for mais precavido, uma picotadeira ou fogo pode ser a solução.

Sabe que funciona! Lembro-me da primeira vez que fiz. O vocabulário não chegava à sexta palavra, mas o efeito ao final foi muito positivo.


O ato de se libertar de amarras coloca o cérebro em outro estado de vibração. Naquele momento tão intimo com o papel, você deliberadamente diz a si mesmo que tudo é possível, que você consegue e que aquelas palavras feias e pesadas não te farão mal nenhum se você apenas colocá-las no papel. (Não recomendo fazer isso com o próximo, pois ao verbalizá-las você gera uma energia muito pesada e ruim).

O ato da criação, seja ela no ramo da literatura, publicidade, artes plásticas, música,  requer entrega, um novo olhar sobre o óbvio, senão acaba sendo algo requentado, aquela “comida de terça-feira” que você esquenta no micro-ondas, põe maionese, mas continua sendo a mesma.

E sim, se você perguntar se a humanidade está passando por uma crise de criatividade, a resposta é muito clara. Quando você vê o extremismo do preconceito extravasado em público sem nenhum pudor ou culpa tudo em nome de uma pseudomoral subdesenvolvida ou de uma religião duvidosa, é obvio que não dá para ser criativo assim.

Se você quer se aventurar na escrita precisa descartar tudo o que for preconceito e olhar o mundo com outros olhares, disposto a entender e aceitar o diferente.

Vou propor outro exercício. Imagine uma caixinha. Pegue todos os seus preconceitos e coloque dentro dela. Seja sincero com você mesmo. Depois, visualize sua caixinha queimando e virando luz. Pronto.

Lembre-se, escrever é se renovar, é fazer segundo e terceiro olhar para tudo. E, para quem escreve livros de ficção é a chave do portal para o mundo dos personagens.

Em caso de bloqueio criativo faça a lista de palavrões. Caso não funcione, reflita sobre seus preconceitos.

Liberdade é ser capaz de se libertar de si mesmo.

 

Boa sexta-feira e ótimas reflexões.



Comentários

  1. Belo texto amiga!!!
    A maior e a melhor liberdade começa em nossa mente e, aos poucos se expande ao corpo, ao coração e à alma...
    Sigamos firmes e lúdicos nessa jornada.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Fernando, obrigada por comentar. É verdade, liberdade começa na mente e o mundo se transforma quando deixamos de ter medo.
      abraços
      Soraya Felix

      Excluir
  2. Adorei o texto! Vou usar a dica
    para expandir a minha mente e criatividade.
    Muito importante também, cortamos as amarras que não nos permite ver o mundo com liberdade.
    Valeu!!!

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Roberta, obrigada por comentar aqui. Que bacana que você irá usar as dicas para a vida. Criatividade realmente não se resume a textos.
      Beijos
      Soraya Felix

      Excluir

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