Tenho arrastado Prosa Mágica nos últimos anos, não porque tenha deixado de gostar de escrever e ler, mas porque não conseguia mais escrever, estava sofrendo de um branco total criativo.
Li
muito neste período, de todos os gêneros e autores. Boa parte deles ficou
registrada em um caderno de leitura, às vezes com uma inspiração gigante,
outras apenas como se tivesse riscando tarefas de uma lista (To do list).
Não
foi só isso. Durante a pandemia, em 2020, quando muita gente começou a escrever
na internet, a ter mais tempo para tudo. Eu precisei mergulhar em uma quantidade
insana de trabalho. Na época trabalhava como professora de inglês, e precisei
de uma hora para a outra virar show-woman, especialista em internet, roteirista
e ainda substituir uma professora que tinha acabado de entrar em licença. Dar
aulas de casa não é algo fácil, precisa de muito trabalho de suporte, de
planejamento, no mínimo o dobro da sala de aula presencial. Fora isso, durante
a aula, você competia com a televisão ligada na sala do aluno, a campainha que
tocava, o gato ou cachorro que insistia em fazer gracinhas na frente do vídeo,
da avó que resolvia dar comida para o neto exatamente no horário da sua aula,
do aluno que assistia sua aula deitado na cama e não anotava nada na apostila,
da internet que no Brasil é péssima, de pais que acreditam que a aula era
exclusiva para o filho e se irritavam quando você não respondia na hora...
Enfim, o Home Office escolar não é tão bom e confortável como o da empresa.
Não
estou reclamando aqui, apenas descrevendo um pouco da história que vivi durante
2020 e que se estendeu em 2021 com todas as consequências das crianças terem
ficado em casa durante quase um ano.
Foi
um período de muito aprendizado e sofrimento, não nego, mas também de boas
surpresas e ótimas respostas positivas. A vida é assim, temos que fazer
escolhas, nem sempre a que gostaríamos de fazer, mas que são necessárias para o
momento. Quando você trabalha na área de educação o próximo tem sempre que vir
em primeiro lugar, faz parte da nossa escolha e não reclamo.
E
com tudo isso, somado ao confinamento e ao dinheiro curto para comprar livros, os
textos de qualquer gênero ficaram relegados a segundo plano. Parei o blog e
parei de escrever livros.
Agora,
passado este tempo, me afastei do trabalho e estou retornando a escrita, a
criatividade. Sinto falta dos meus alunos, do dia a dia agitado, das perguntas
tão comuns – Precisa escrever em inglês, teacher? Ou das reclamações: - Não
estou entendo nada teacher, você está falando em inglês (Note, a aula é de
inglês). Sinto falta dos bilhetinhos fofos que recebia, das atividades malucas
que inventava para auxiliar os alunos a gostarem do inglês.
Como
tudo na vida, depois que você se afasta precisa de um tempo para retornar ao
ritmo e evoluir. Isso significa dizer que, as resenhas e textos que serão
apresentados aqui muitas vezes não serão exatamente o que gostaria que fossem,
mas serão com toda a certeza, o meu melhor naquele momento.
Também
pretendo começar a publicar textos próprios, isso quer dizer, assuntos que não
tenham conexão com outros livros, mas com pensamentos ou até com as tramas que
brincam na minha cabeça.
Espero ter explicado em parte minha ausência. Não gosto de publicar assuntos pessoais na rede, mas tenho certeza que muita gente vai se identificar com o que escrevi aqui. Se você passou por tudo isso também, comente comigo aqui.
Próxima
publicação será sobre o livro da Lucinda Riley “Morte no Internato”. Você já
leu este livro? O que achou dele?
Abraços carinhosos.💓
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