Vale uma explicação antes de falar sobre o livro. Coloquei o #1 no título porque farei várias postagens sobre este livro. A de hoje é apenas uma introdução, que considero comemorativa, pois esta semana estreia Os Anéis do Poder na Amazon, é se você que compreender bem a série O Silmarillion é leitura obrigatória.
Em O Silmarillion, Tolkien
criou a gênese de seu mundo fantástico, povoado por deuses, heróis e humanos.
Por isso quando lemos O Senhor dos Anéis e O Hobbit temos a sensação de que
todos os personagens, até mesmo os mais absurdos como os Ents, são reais,
existem. É similar a todas as histórias de gênese que inventamos, desde as
versões aborígines até as mais sofisticadas usadas pelas religiões. Faz parte
do ser humano criar histórias para compreender o que não tem respostas.
Afirmo que a leitura deste
livro é obrigatória para quem deseja compreender mais a fundo as obras de
referência do autor. Alias, se os críticos de Tolkien se dessem ao trabalho de
ler O Silmarillion, provavelmente mudariam sua opinião.
Fatos como os anéis
citados em O Senhor dos Anéis ficam compreensíveis com a leitura desta obra.
Nela descobrimos que não foi Sauron quem fez os anéis e sim os Elfos. O único
anel criado por Sauron foi o Um-anel.
Passa-se a compreender que
Sauron existe desde o principio dos tempos, pois tratava-se de um Maiar que foi
corrompido por Melkor (Morgoth). Aqui vale a pena explicar contar que a intrincada
cosmogonia de Tolkien vale um novo post que virá em brave.
Também compreendemos que
nem todos os Elfos são bons, pois muitos se deixaram obscurecer por Melkor. Tudo
isso porque os seres humanos eram considerados a criação perfeita de Eru (Aqui
representando o Criador de todas as coisas) e que a mortalidade dos homens foi
invejada pelos Elfos, o que significou a queda deles.
E, retornando aos anéis,
os Elfos esconderam três deles. Um ficou com Elrond, outro com Galadriel e o
terceiro com Gandalf, mas isso só descobrimos no final do livro. Todos os
outros anéis desapareceram.
Percebe-se também uma
forte influência do catolicismo, ou melhor, do cristianismo. Há também traços
da literatura anglo-saxã.
Não é um livro para se ler
de uma única vez e nem rápido. Há personagens demais, lugares e fatos que fazem
sentido, mas são extremamente complexos de se apreender em uma única leitura.
Também é preciso alertar
que a maioria dos personagens aparece com dois nomes, e que algumas histórias
sofreram modificações que são apresentadas em outras obras de Tolkien.
Mas, com toda a
sinceridade, vale cada linha lida, mesmo que você tenha que ler dez vezes a
mesma coisa para entender o que ele quis dizer. É criatividade e riqueza pura.
Não é um livro para leitor
eventual de Tolkien. É literatura para quem realmente gosta e quer compreender
a obra deste autor.
Muito mais que um clássico.
Autor: J.R.R Tolkien
Editado por: Christopher
Tolkien
Tradução: Reinaldo José Lopes
Ano: 1977
Editora: Harper Collins Brasil
Gênero: Ficção Fantástica
Páginas: 496
Avaliação Prosa Mágica: 5 estrelas
Cara amiga, como sempre, seu texto é impecável. A facilidade com que você trafega entre os personagens e muito bonita e incute a vontade de conhecer por inteiro os livros que você recomenda. Parabéns por mais está pistagem
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