Eu gosto de rechear minhas resenhas com fatos que aconteceram ligados ao livro que li. Pois bem. Sou leitora de Marcelo Gleiser desde a época do jornal A Folha de S.Paulo. Fui a palestras logo após o lançamento de seu livro A Dança do Universo (Que farei uma releitura para comentar no blog) e acompanho a carreira deste grande cientista com grande admiração.
Durante
a pandemia, aguardar os “encontros” pelo YouTube que Marcelo Gleiser promovia (Física para Poetas),
com aulas incríveis de ciência foram um porto seguro durante aquele período
“macabro” de isolamento, de falta de pessoas e livrarias.
Na
época, encomendei dois livros dele que ainda não tinha lido. “A Ilha do
Conhecimento”, que vou comentar nesta resenha, e “A Simples beleza do
Inesperado” que comentarei em outra ocasião. Este reencontro acabou marcando
história na minha vida, pois o conteúdo não era apenas ciência pura, mas
reflexão e ótima literatura.
E,
bom lembrar-se da importância disso nestes tempos em que as pessoas estão
menosprezando a ciência, falando mal de vacinas e outros benefícios que fizeram
o ser humano chegar ao século XXI e extrapolar a expectativa de vida anterior
de 30/40 anos.
Tem uma frase no livro extremamente contundente:
“Lutar contra a morte da luz: continuar a brilhar, é isso o que importa. É para isso que estamos aqui.”
Nesta frase está contida toda uma controvérsia do momento e a grandeza de Marcelo Gleiser em sua obra.
Começamos
pelo nome do livro “A Ilha do
Conhecimento: Os limites da ciência e a busca de sentido”. É não só um
ótimo resumo da temática do conteúdo apresentado, mas também uma metáfora
incrível.
Imagine uma ilha pequena, que cresce conforme você a explora. Todas as vezes que você compreender a ilha perceberá que o desconhecido ainda é maior que você imaginava. Ou seja, como dizia a filosofo Sócrates: “Só sei que nada sei”.
Marcelo
Gleiser, antes de tudo, nos dá uma gigantesca lição de humildade: - não podemos
saber tudo, e é muito bom saber que a ciência tem esta consciência. Há limites
para o saber ou porque são incognoscíveis ou porque ainda estão fora do nosso
alcance, e se estão fora de nossa capacidade é porque ainda não alcançamos a mentalidade para fazer as perguntas
corretas.
Perguntas? Sim o importante sempre será fazer a pergunta por que nunca teremos todas as respostas, mas teremos a consciência de nossos limites e poderemos trabalha-los.
-
Porque o Universo existe?
-
Porque tudo é como é?
-
Porque desenvolvemos a consciência?
-
O que há além dos limites de nosso Universo?
Todas
essas perguntas não possuem uma resposta cientifica - aquela que serve para
todo o ser vivo existente. Tudo o que temos são mitos, lendas e dogmas sobre o
assunto.
Somos
o que somos, construímos nossa realidade nos atos cotidianos e devemos sempre
ser criativos, mas precisamos ter em mente os limites do conhecimento.
Como
eu já disse, a metáfora da Ilha do Conhecimento é incrível.
Este
é um livro para ser lido de uma só vez, sem fôlego, e depois fazer uma releitura
atenta, aquela que observa as pausas, as palavras. Faz reflexão a cada
parágrafo.
Eu
simplesmente amei este livro.
Autor: Marcelo Gleiser
Ano de lançamento: 2019
Editora: Record
Gênero: Ensaio - Ciência
Páginas: 362
Avaliação Prosa
Mágica:
5 estrelas
Primeiro Vídeo da série Física para Poetas:
Sou muito fã de Marcelo Gleiser, sempre que tem vídeo novo no Youtube eu assisto, fiz coleção das publicações na Folha. Para quem é curioso e aumentar a sua visão de mundo, vale a pena seguir suas explicações e indicações...
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