Por um instante use a sua imaginação. Pense em um autor que você ama, um escritor ou livro que mudou sua vida. Agora, pense que você conversa com alguém e fala do livro. Talvez, para aquela pessoa, este livro será o amigo que ela precisa, a informação ou talvez os risos tão necessários no dia a dia.
No
entanto, você e esse alguém descobrem que aquele livro que te fez um ser humano
melhor, mais tolerante foi banido. Você percebe que seus filhos não poderão ler
na escola, seus amigos não poderão pegá-lo na biblioteca, na livraria. O livro
sumiu.
Qual
é o sentimento que esta situação te evoca? Tristeza? Dor? Desilusão, ou uma
insegurança enorme, já que em breve este ato brutal poderá se espalhar para
outras áreas?
Pois
é, o que por uns instantes parecia ser algo só no imaginário, está ocorrendo
debaixo do nariz da população mundial.
Somente
nos Estados Unidos, de acordo com o Publishnews, 1648 livros foram
banidos das escolas. Consegue imaginar um número tão grande de títulos que não
poderão ser lidos? O motivo não poderia ser mais absurdo ainda: conter
personagens negros e alusões a temas LGBTQIA+. (Veja matéria na integra aqui)
É
espantoso se não fosse previsível. Para quem presta atenção nos noticiários,
fica claro todo o absurdo político que aconteceu nos Estados Unidos, confesso
que nunca imaginei algo assim. Uma invasão no Congresso!!!
Há
um recrudescimento no mundo por conta de religiões fanatizadas, que não possuem
tolerância em relação ao próximo, e os Estados Unidos é uma fonte muito grande
destas religiões. É deles a eterna briga entre Creacionismo e o ensino pela
ciência.
Gosto
sempre de dizer que não existem instituições ruins, nem religiões, mas pessoas
mal intencionadas, seres humanos que usam do que tem em mãos para manipular as
pessoas.
É
como dizia meu amigo Paulo, “livro é conhecimento em conserva”. Se você
não abrir e não degustar, não saberá o que tem dentro. Mas, quando você não
abre e diz que não serve, a ignorância está em quem? No conteúdo do livro ou em
quem nem se deu ao trabalho de ler e avaliar?
O
que eu quero dizer com isso é que não tem como se conformar em ver as pessoas
proibirem a leitura, é como proibir de comer.
De
fato, existe nisso um comodismo, uma forma de dizer “posso mais que você e sou
eu quem mando”. Livros devem ser lidos, por todos. Conteúdos devem ser
discutidos, dissecados...por quem leu.
Não
dá para banir um livro porque um grupo radical não concorda com o ponto de
vista abordado. Seria o mesmo que eu e mais a comunidade de vegetarianos
falasse: - Vamos proibir a carne, porque não aceitamos que outras pessoas comam
carne.
Imagino
que haveria pessoas enlouquecidas neste instante caso alguém fizesse este tipo
de proibição.
Sou
a favor da educação e ela se dá através do conhecimento. De preferência
embasado na ciência. Quanto mais pessoas com diversidade de opiniões lerem
sobre um determinado tema e depois debaterem sobre ele, melhor para a elevação
de Massa Crítica da humanidade.
É
como ler as histórias de Monteiro Lobato do Sitio do Pica Pau Amarelo. Não dá
para mudar o que ele escreveu, tem que usar o texto como ponto de partida para
um debate sobre o passado, o contexto social da época e a visão de hoje e as
mudanças no pensar, no falar e no agir.
O
assunto desta sexta de prosa é bem pesado, tenho plena consciência disso, mas
confesso que fiquei sem palavras quando comecei a ler o absurdo da proibição de
livros nos Estados Unidos e o discurso político de alguns de nossos candidatos
atuais aqui no Brasil.
A
nós, meros mortais, cabe se manifestar e não vejo melhor manifestação do que
ler.
Leia,
dê livros de presente, discuta livros com seus filhos, maridos, chefes, amigos,
alunos, professores, lideres religiosos. Faça da leitura um assunto
corriqueiro.
E
nesta corrente de leitura, aproveite o final de semana para ler enquanto medita
em quem votar.
Ótimo
final de semana!
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