Nascemos com os contos de fadas internalizados em nós. Crescemos ouvindo histórias da Branca de Neve, Cinderela, Três Porquinhos, Chapeuzinho Vermelho, João e Maria, João e o Pé de Feijão, dentre outras. São contos populares que fazem parte do nosso inconsciente, de nossa memória coletiva, que de certa forma moldam nosso comportamento social.
Todas
essas narrativas foram contadas e recontadas ao longo de séculos através da
tradição oral, e com o tempo foram coletadas e registradas por escritores ou
pesquisadores.
Ao
longo do tempo, com o registro dos contos, a maior parte deles foi transformado
e adaptado para que as crianças pudessem ter contato. Hoje em dia isso ainda
acontece, e o cinema nos traz uma avalanche de personagens completamente
modificados do original, adaptados a necessidade do momento e a lições de moral
necessárias.
A
Editora
Wish nos presenteou com esta belíssima edição em capa dura e traduções
dos originais destes Contos de Fadas, sem censuras, modificações ou qualquer
outro viés infantil. Não basta modificar ou adaptar, devemos conhecer a origem
para que estas adaptações não se apresentem como fakes, não gerem polêmicas infundadas e outros comportamentos tão
comuns neste século XXI.
Nas
histórias originais o romantismo não era algo tão forte como se apresenta nas
adaptações de contos da Branca de Neve e da Cinderela. O amor romântico não era
algo valorizado naquela época.
Também
não havia censuras em relação a determinadas atitudes das crianças. Em João e
Maria você vê duas crianças fortes que fazem de tudo para sobreviver a uma
bruxa má e a uma família que os descarta. Na trama as duas crianças não hesitam
em usar a violência para se salvar.
A
história que deu origem ao conto original da Bela Adormecida nos apresenta uma
passagem que hoje seria alvo de discussões jurídicas e feministas, mas
extremamente comuns naqueles tempos.
No
passado a tradição oral era muito forte, e as histórias eram passadas em rodas
de conversa ao redor de fogueiras ou lareiras para se aquecer do frio. Os mais
velhos passavam para os mais novos, através destas tramas, conhecimentos e
sabedorias adquiridas ao longo de suas vidas.
Eu
confesso que chorei em algumas histórias, fiquei perplexa em outras e me
apaixonei por algumas que não conhecia, dentre elas O Rouxinol e o Imperador da
China.
Recomendo
a leitura, inclusive para as crianças, mas neste caso deve ser supervisionada
por um adulto, e isso significa que a pessoa deve ler antes para poder explicar
para as mais velhas o significado da história, ou ler apenas as que são mais
adequadas para as crianças menores de 8 anos.
Em
tempos de “caça às princesas” e uma pequena sereia totalmente modificada, vale
a pena ler o original para poder compreender não só a origem, mas a necessidade
de contextualizar as histórias para a nossa atualidade.
Os
Contos de Fadas em suas versões originais é um livro para ser lido e relido. É
perene.
Se
você já leu este livro, me escreva contando sua opinião.
Autor: Diversos
Ano: 2019 (2022-6º Edição)
Editora: Wish – Coleção Áurea
Gênero: Antologia/Contos Populares
Páginas: 448
Avaliação Prosa Mágica: 10
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