Já sabe qual a música vai cantar no próximo domingo? – Jingle Bells? A Copa do Mundo é nossa?
Pode parecer estranho, mas é real, este ano
teremos uma Copa do Mundo em meio aos preparativos para o Natal. Papai Noel
gritando hohoho enquanto torcedores gritam gol.
Tenho certeza que muitas casas já estão
pegando suas caixas com ornamentos de Natal e decorando os ambientes, mas com os
jogos do Brasil se aproximando precisaremos de muita criatividade para unir as
duas datas.
Durante muitos anos, na minha família, a
tradição era assar pão de queijo para o segundo tempo dos jogos. Tem uma
história por traz disso.
Minha mãe, assim como eu, é aquele tipo de
torcedora que não sabe ficar calada durante o jogo. Torcemos, gritamos, nos
irritamos e comemoramos com tanta ênfase, que meu pai detestava assistir aos
jogos conosco.
Também tinha a questão do canal de TV que
assistiríamos aos jogos. Eu e minha mãe só queríamos a Globo, meu pai a Band, e
como em toda casa democrática e feminina, as mulheres davam o tom e acabávamos
assistindo na Globo. Então, meu pai pegava o radinho de pilha, colocava um fone
de ouvido e ouvia a narração pelo rádio e assistia o jogo pela TV. Tinha alguma
coisa na narração da Globo que meu pai não gostava.
Assim, como a família era unida, sempre
encontrávamos um jeito de sanar nossas diferenças. Quando a coisa esquentava, o
jogo estava ruim e não parávamos de falar, minha mãe, muito sábia, acabava
saindo da sala para esfriar os ânimos e o coração. Era neste momento que o pão de queijo ia para
o forno e no segundo tempo comíamos junto com o chá mate. Era uma delicia.
Não sou torcedora de futebol, apenas
durante a Copa do Mundo visto um pouco desta camisa. Tenho ótimas lembranças
dessa época, histórias engraçadas como quedas do sofá, tios em casa assistindo
aos jogos junto a nós, e logo depois de casada, por ocasião do Penta, meus pais
na minha casa, em plena manhã, torcendo e comemorando juntos.
O Penta me lembra dos balões verde-amarelos
na varanda do apartamento, que ficava no 8º andar, dos trens que passavam
comemorando com suas buzinas estridentes (Eu ainda moro ao lado de uma estação
da CPTM). Lembro-me da família na varanda, e do balão jogado no ar e flutuando
até a linha férrea, fazendo desenhos e comemorando a sua maneira.
Lembro-me do macarrão com molho de PTS, um
molho especial que meu marido e eu fazemos usando a proteína texturizada da
soja, que minha mãe adorava e que comemos para comemorar o Penta.
Não me pergunte quantos gols o Brasil fez,
nem quem eram os jogadores, porque isso eu não vou lembrar, não era o mais
importante. As minhas recordações da Copa do Mundo estão ligadas às
afetividades, às relações de família, aos sabores dos pratos e as bebidas. São
lembranças que evocam cores, cheiros, rostos, risos...
Domingo inicia uma nova copa do mundo, com
a novidade de ser no final do ano, e como gosto de novidades, estou curtindo
demais. Neste ano não terei meus pais para
compartilhar este momento, mas pode ter a certeza que o pão de queijo
irá para o forno e o mate (desta vez gelado) fará parte da minha história na
Copa do Qatar.
Pretendo incluir uma tradição nova, que
combina com a época. Vou juntar a paixão pelos gingerbreads com os sabores da
Copa.
E você, tem alguma tradição relacionada aos
jogos da Copa do Mundo?
Bom final de semana e que os bons ventos
nos levem a final.
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