Confesso que nunca tinha ouvido falar deste livro e nem da autora até abrir um pacote lindo que recebi de amigo secreto no final do ano.
Primeira
impressão:
- Nossa! Que capa linda!
Segunda
impressão:
(Ao abrir o livro) Que diagramação! Uau!!
Terceira
Impressão:
- Como assim? A Casa Holandesa é uma história de uma casa?
A Casa Holandesa, de Ann Patchett, é um livro incrível que fala sobre relações
pessoais, sobre mágoas, pertencimento, expectativas e relacionamento entre
irmãos.
O foco inicial parece ser na vida de Maeve e Danny, irmãos unidos pelo
amor fraterno e por uma série de tragédias pessoais.
Na sinopse da história é falado o quanto a união dos dois
pode prejudicar a vida de ambos, mas na
verdade o que eu senti em toda a trama vai além deste básico, a história nos
mostra como a ausência modifica suas vidas, a falta da mãe, da casa, do pai, e
todos os efeitos que as mágoas e a raiva reprimida pode provocar no ser humano.
A história é narrada por Danny, que
trabalha um vai e vem temporal nos trazendo de volta ao presente sempre que a
trama atinge um pico máximo de emoção no passado. É uma verdadeira montanha
russa de emoções.
No livro, Cyril Conroy entra para o ramo imobiliário
após a Segunda Guerra, e cria através da sua inteligência, oportunidades para
aumentar o patrimônio e ficar rico. De posse de condições financeiras
favoráveis, já casado e com uma filha – Maeve – Cyril compra a famosa Casa
Holandesa na Filadélfia, um lar opulento, recheado de ecos do passado e que
acaba destruindo sua família.
Danny, filho de Cyril, recorda sua infância
na Casa Holandesa, na qual o troféu do pai(a casa) era um fardo para a mãe.
Também retrata a ambiciosa madrasta Andréia e sua mania de grandeza. Danny e
Maeve terão que juntos superar todos os obstáculos que se colocaram em sua vida
após a morte de seu pai.
A trama tem um arco emocional da história
da Cinderela, mas que é trazida para o presente com muito mais complexidade. Em
Cinderela, de certa forma, todos os personagens são muito simples e a
complexidade emocional é rasa. Já na Casa Holandesa, todos os personagens são
um universo complexo, difícil de ser desvendado. Na verdade, é uma aula
perfeita de como construir personagens.
Gostei muito da escrita fluida e repleta de
reviravoltas trazidas pela autora, que usa de maneira irreverente mensagens
contidas nas entrelinhas, disponíveis para quem deseja ir além da trama.
É um livro para refletir sobre a relação
com as pessoas e com as coisas, já que no caso desta história de Ann Patchett,
a casa tem personalidade e influencia fortemente o desenrolar da narrativa.
Recomendo a leitura, e se você já leu, me conta o que pensou e como avaliou esta história
Autor: Ann Patchett
Tradutor: Alessandra Esteche
Ano
de lançamento:
2019
Editora: Intrinseca
Gênero: Romance Americano
Páginas: 240
Avaliação
Prosa Mágica:
4 estrelas
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