Caro leitor e leitora,
Um amigo me disse que eu tenho apresentado
desafios nas minhas postagens do Sexta de Prosa. Refleti sobre isso e a
reflexão gerou esta nova postagem.
A vida de quem escreve é recheada de
desafios. A página em branco que amedronta; o compartilhar e com isso as
críticas que fatalmente vem quando um texto é socializado; o trabalho
incessante sem que isso signifique reconhecimento financeiro, e a lista segue
em uma nota crescente.
No entanto, como seres humanos, a vida nos
traz desafios no cotidiano, nos traz diversidade e com ela vem, dentre outras
coisas, a inspiração.
Sabe aquela história de “sai para tomar um
café e voltei com uma inspiração?” Pois é, vida de escritor é assim, e por
conta disso não podemos nos trancar a sete chaves achando que escreveremos algo
como Guerra e Paz sem contato com o mundo, sem a abertura para o novo e a
diversidade, e principalmente, sem preconceitos.
Já tem algum tempo que eu acompanho nas
redes sociais o Leo Jaime (62 anos). Com certeza vocês sabem quem é ele, um
ator, cantor, compositor, escritor e jornalista, que tem em seu repertório músicas muito boas e
poéticas.
O Leo Jaime posta, de vez em quando, vídeos
com suas aulas de balé. Sim, ele faz balé e confesso, é inspirador olhar os
vídeos e ver, a delicadeza e a dedicação de alguém disposto a quebrar tabus.
Não preciso nem comentar que no Brasil,
país latino, o balé não é muito bem visto pelo público masculino, que o associa
a todo o tipo de preconceito que você pode imaginar e não vou repetir aqui.
Semana passada eu vi no meu Instagram uma
escola de balé na Nova Zelândia que tem aulas para pessoas idosas. Eles postam
vídeos lindos de senhorinhas de cabelo branco, em seus 80 anos bem vividos,
fazendo exercícios de barra e dançando com suavidade e beleza. O que me chamou
a atenção, já que no Brasil temos algumas (poucas) escolas que oferecem aulas
assim, foi a quantidade de pessoas fazendo as aulas.
Será que a busca por novos conhecimentos,
pela diversidade, pela inspiração “fora da caixa” é algo cultural? O que a
cultura da Nova Zelândia tem que leva senhoras a fazer balé já na terceira
idade? Porque no Brasil vemos pessoas, muitas vezes depois dos 50, reclamando
da vida e achando que tudo está acabado e é tarde demais para fazer algo
diferente?
Tenho pensado muito sobre o assunto
ultimamente. A liberdade de expressão, no sentido de liberdade criativa, sempre
estará conectada ao novo, a novidade, a uma nova visão do mundo, das coisas,
das pessoas. O ser do “ser escritor” precisa, antes de tudo, se desapegar do
que é “velho” e provar o novo, para depois, em uma verdadeira alquimia de
sabores unir com o antigo e fazer uma nova explosão de vida, de palavras, que
poderá inspirar os outros.
Você pode me perguntar: - Sou apenas um
leitor, como isso serviria para mim?
Eu diria: - Muito! Ouse ler um livro fora
da sua zona de conforto. Faça um desafio a si próprio. Tente compreender aquilo
que parece estranho. Conecte-se com a contemporaneidade.
A cada pessoa que se inspira e cria algo
melhor; a cada preconceito superado por um único ser, pode ter a certeza que pelo
sistema de redes de pensamentos, contribuirá para um Planeta mais justo, em paz
e melhor.
Qual será o seu desafio neste final de
semana?
Um lindo final de semana!
Que texto lindo e inspirador
ResponderExcluirTexto lindo e inspirador
ResponderExcluirEntão, lá vamos nós para mais um duelo de ideias. Do seu texto, como sempre, gostei muito. Faz pensar! É nos convida a fazer algo diferente: pensar fora da zona de conforto. Parece simples este conselho, mas é de difícil realização. Abraçar um livro que nunca nos interessou pode ser um aventura ou um pesadelo (figurativo), Mas vou topar o desafio e vou pegar de forma aleatória o 34º livro da minha biblioteca (não tenho ideia do que se trata) e depois comento a minha experiência. Abraços amiga. Luis Antonio
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