Alguns livros nos causam uma impressão tão profunda que fica quase impossível expressar qualquer sentimento ou análise sobre o tema. A Biblioteca de Paris, de Janet Skeslien Charles foi uma destas leituras.
Somente hoje consigo compartilhar com
vocês. É impactante, é profundo porque é real, porque apesar de ter sido
mesclada com ficção, a história dos bibliotecários da BAP (Biblioteca Americana
de Paris) é real.
Verdadeiros heróis na Segunda Guerra
Mundial, os bibliotecários salvaram livros, e dizem que judeus também. Quando
Hitler na sua insana sede de poder, tentou destruir a cultura, os livros, porque sabia que eles fazem pensar, e que uma
população que pensa nunca teria deixado uma pessoa como ele tomar o poder, esses
bibliotecários escondiam livros, levavam exemplares escondidos para os judeus
que eram proibidos de frequentar lugares públicos, arriscavam suas vidas em
prol de um ideal.
Na narrativa ficcional encontramos duas
vozes: Odiles e Lily.
Odile é uma jovem bibliotecária francesa,
que trabalhou na BAP desde o período pré guerra, e que arriscou sua vida para
proteger e ajudar outras pessoas durante a invasão alemã em Paris. Já Lily é
uma adolescente solitária, moradora da cidade de Montana nos Estados Unidos,
que perdeu a mãe e que, de certa forma está totalmente perdida.
Janet foca sua história no trabalho heroico
dos bibliotecários da Biblioteca americana de Paris. Odile e seus colegas de
trabalho burlam as regras estabelecidas por Hittler e entregam livros para os
judeus que foram proibidos de entrar em prédios públicos, e mesmo diante de uma
lista proibitiva de livros, eles continuam a circular, graças a vontade e
generosidade destas pessoas.
É claro que Odile ama livros. Sua incrível
memória para a numeração Dewe, que são os números que os livros são catalogados
nas bibliotecas, acabam dando um tom leve e divertido, quando Odile associa
fatos de seu cotidiano com a numeração.
A BAP tem um verdadeiro desfile de
personagens interessantes, curiosos e que nos suscitam diversas emoções. A
começar pela Diretora e o bibliotecário chefe.
Já em Montana, Lily enfrenta a morte de sua
mãe e o despreparo do pai para a situação. Tempos depois, ela se vê frente a
frente com a mulher que ocupará o lugar de sua mãe, e isso tira a adolescente
do eixo.
De repente, um trabalho de escola une Lily
a Odile, que agora vive em Montana. E juntas, elas irão aprender uma com a
outra a sanar suas feridas.
A vida de cada personagem é, de certa
forma, um ensinamento para nós. O livro é um alerta ficcional para as
consequências da intolerância, da ignorância e dos excessos que não levam a
nada.
Odile e Lily são duas faces de uma mesma
moeda, que a autora separou para que pudéssemos fazer uma melhor compreensão da
complexidade que envolve o ser humano.
A Biblioteca de Paris é um livro para ler e
reler.
Autor: Janet Skeslien
Charles
Tradutor: Maria Beatriz de
Medina
Ano
de lançamento:
2022 (Brasil)
Editora: Record
Gênero: Ficção Americana
Páginas: 392
Avaliação
Prosa Mágica:
5 estrelas
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