Queridos leitores e leitoras,
Estou aqui tentando encontrar palavras para
falar sobre o dia de hoje, o Bloomsday, o dia de comemorar o famoso romance Ulisses do escritor James Joyce, mas
estou falhando completamente.
Ulisses é um dos livros que estão na minha
curadoria de leitura deste ano, ao lado de outros grandes como Dom Quixote e de
Grande Sertão Veredas. Três livros de peso, indispensáveis se você quer
compreender a literatura de uma forma abrangente.
Confesso que muitos anos já se passaram da
minha tentativa frustrada de ler Joyce. Eu tinha em mãos um monumento,
traduzido por outro monumento (Antônio Houaiss), muito peso para uma leitora
que ainda não tinha conhecimento suficiente para compreender o que estava lendo
e nem a paciência e o Google para pesquisar as palavras não traduzidas em grego
e francês que permeavam o livro. Desisti da leitura na oitava página.
Passados 35 anos desta tentativa, novamente
me coloquei a disposição, mas desta vez com um preparo, com outros autores de
peso na bagagem e uma aula maravilhosa dada pela professora doutora Amara Moira.
Nem preciso dizer que Joyce é um dos romancistas mais importantes para a literatura contemporânea. Tanto é que existe um dia para se comemorar a obra.
Toda a história de Ulisses se passa em uma
única data, em 16 de junho, iniciando com o café da manhã composto de rins de
porco (Que horror!) e seguindo o dia, com as reflexões de Leopold Bloom e os
lugares de Dublin por onde ele passa.
Ainda hoje, as pessoas debatem os
acontecimentos, discutem se Molly (Esposa de Bloom) o traiu, e se a trajetória
do personagem é mesmo a trajetória de Ulisses, o grande e mitológico guerreiro
grego. A trama também traz um perfil da cidade de Dublin muito bem construído.
No mundo todo, especialmente em Dublin, a
data é comemorada com leituras, concertos, cafés da manhã típicos, pessoas
trajadas como na época. Em São Paulo tanto a USP como a Casa das Rosas terão
uma programação especial.
James Joyce é um aquariano nato, nasceu em 2 de fevereiro na cidade de Dublin,
Irlanda. Faz parte do chamado modernismo europeu e sua obra é inovadora,
antiacadêmica e se vale principalmente de neologismos (Talvez seja a obra
literária mais difícil de ser traduzida), poucas vírgulas, monologo interior e
linguagem inovadora.
Enfim, o Sexta de Prosa de hoje foi feito
para homenagear as pessoas que nasceram para fazer a diferença na humanidade. James
Joyce é o exemplo deste tipo de pessoa, é um exemplo de como a inventividade
aliada a coragem de transgredir pode fazer grande mudanças.
E você leitor, qual mudança está
proporcionando na humanidade?
Mapa da Jornada de Leopold Bloom. (Link)
Fotos:
1 - Primeira edição do livro.
2 - James Joyce
3 - Pessoas trajadas como na época em que se passa Ulisses.
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