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Tempo, vai na fé!


        “Não me iludo

Tudo permanecerá do jeito que tem sido

Transcorrendo, transformando

Tempo e espaço navegando todos os sentidos.”

 

Gilberto Gil é um gênio. Bem, isso todo mundo sabe. Tempo Rei é não só poeticamente linda, mas também um retrato perfeito da vida, da passagem do tempo em nossas vidas.

Começo o primeiro post do Sexta de Prosa de agosto com Gil, porque não há melhor forma de começar. Digo isso porque o segundo semestre do ano, geralmente, é tempo das pessoas começaram a correr atrás de tudo o que não fizeram no primeiro. Do regime, do exercício físico, das pendências que foram se arrastando ao longo dos seis primeiros meses e se acumularam. Na verdade, é uma generosidade pensar que tudo se inicia agora, para alguns seres humanos a conta de 2023 somente cairá lá por outubro.

Primeira lição que se tem, agosto é igual a julho que é igual a junho, maio, abril, ou seja, são apenas nomes que dividem nosso ano em doze períodos. Poderia ser dois, ou se lá nos idos da Idade Média alguém determinasse que seriam dias corridos, hoje seria, quem sabe 36.500.000º dia, e só.

Gosto quando Gil fala que não se ilude, que tudo permanecerá como antes – pura verdade – no entanto logo em seguida ele afirma que a vida vai transcorrendo, vai se transformando. Obvio, nunca estamos parados, nem mesmo quem jaz em uma cama sem poder se movimentar.

Agosto é igual aos outros meses, mas também é um momento legal para lembrar que a vida se movimenta, dentro e fora de nós. Ficar sentado esperando que tudo caia do céu não funciona, não mesmo. Somente chuva, avião e pássaros caem do céu, ah e também os vasinhos de planta do vizinho do terceiro andar que se acha dono do mundo e coloca tudo na janela, ou então as bitucas de cigarro que chovem, quase sempre.

Então, se Agosto é um marco, um momento que nos diz: - Você tem apenas mais 5 meses para fazer de 2023 um ano especial! – Creio que isso deveria ser escrito em um grande cartaz, ou então estar na tela do celular piscando, para lembrar que o tempo flui e você flui com ele.

E, se as ideias são desafiadoras, se os obstáculos parecem intransponíveis, vai na fé, confia e faz.

Fé de acreditar em si mesmo, em promover as condições para realizar seus sonhos, seus desejos. Fé em ter a confiança que você é único e se você não fizer isso, ninguém mais fará, por que se fizer será diferente do que você faria.

Navegue nos seus sentidos, sorria, procure estar em consonância com o bem, com o amor, com a tolerância e principalmente, lembre-se que você não é um juiz, nem dos outros e nem de si mesmo.

Use o tempo que resta em 2023 com sabedoria. Tenha fé, mas faça, porque a fé que remove montanhas não acontece por magia, você precisa agir e trabalhar.

Então, dentro deste espírito “segundosemestrista”, aja. Seja você mesmo, sai do seu armário e olhe o mundo. E, sinta e cante “Tempo Rei”.

Lindo final de semana e um produtivo segundo semestre a todos!


IMAGEM: Vecstock/Freepik

Comentários

  1. Em meio à correria da vida cotidiana, experimentava como o tempo passa depressa, quase escapando por entre os dedos. A sensação de que os dias se transformam em semanas e os anos se dissolvem em momentos é uma constante que todos compartilhamos. Como um rio impetuoso, o tempo flui sem piedade, levando consigo as lembranças e as oportunidades que muitas vezes abandonamos. Um grande abraço. Seus textos estão maravilhosos.

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    1. Nossa! Amei seu comentário! Super poético. Cronos, na mitologia grega, é o melhor exemplo dele. Mas, como bons encantadores de vida conseguimos sempre mudar o rumo do Tempo. Obrigada por compartilhar seu comentário e curiosa para saber quem você é.

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  2. Gil é sensacional! A forma com que ele nos ajuda a refletir sobre os ciclos da vida é algo muito especial e único. Adorei a prosa, sua construção é leve e necessária, Soraya. Você usa as palavras com um ritmo musical, que vai bailando o meu pensamento. Adorei a parte sobre o vizinho, pois quem nunca teve uma experiência inusitada, não? Tive um vizinho do andar de cima, que queimava minhas roupas e as da vizinha do andar debaixo com bituca de cigarro e eu levava a culpa, sem nunca ter fumado na vida kkk. Parabéns e continue nos presenteando com seus textos livres e muito bem construídos! Grande abraço, Magda.

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    1. Magda, obrigada por compartilhar conosco suas opiniões. Esse negócio de morar em condomínio é bem complicado mesmo. Que sigamos ouvindo Gil e buscando em nossos vizinhos personagens para nossos livros. Abraços

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