Era uma vez uma personagem chamada “Ela”, assim mesmo, sem nome, apenas um pronome. “Ela” pode ser eu, você, todas as mulheres brasileiras. Se você levar para um lado mais metafórico, “Ela” pode representar a dificuldade de toda a mulher em sua luta diária para estabelecer-se em um lugar na sociedade. De certa forma a “Ela” é a representação de nossa invisibilidade.
Segundo a autora Margareth Diniz, a ideia é
que “qualquer mulher pudesse se reconhecer na história”, então levarei em
consideração esta ideia para fazer minha análise da obra.
A
ponte, memórias de lírios d’água conta a história de “Ela”, uma mulher
ribeirinha nascida nas margens dos rios amazônicos, que está sobrecarregada com
as demandas diárias. Isso porque o
marido desapareceu, e durante a história toda não temos ideia do que aconteceu
com ele.
Com 3 filhos para criar, ela sonha em dar
um mundo melhor para eles, e com isso, vai tecendo tramas para construir um
lugar mais digno e justo para todos.
Os filhos são frutos de duas relações
amorosas, uma que nunca terminou, porque alguém que desaparece deixa sempre o
sabor de algo interminado. E a outra, triste e cruel, como a de muitas mulheres
neste mundo a fora que vivem relações abusivas e cruéis.
Margareth Diniz foca sua história no
relacionamento de algumas mulheres que vivem em um lugar desprovido de
conforto, que dá uma sensação de total escassez ao ler a história, um alagado
perdido no meio do nada.
Você vai conhecer Rosa, a vizinha generosa
cuja história nos emociona do começo ao fim; Lara, a menina que se desilude com
a vida, mas dá a volta por cima; Margarida e outras personagens que passam na
trama, mas deixam a marca de um grupo de mulheres que se unem pela dor, pelas
necessidades e pelo sentido de coletividade.
É uma trama intimista porque você viaja
dentro dos pensamentos da personagem, e mesmo quando “Ela” não é o foco, as
outras personagens te dão a sensação de estar dentro de nossa mente,
conversando conosco.
A
ponte, memórias de lírios d’água é um livro para ler, sentir e se
emocionar. É uma lição de vida para quem desconhece as dificuldades das
mulheres que vivem neste país a fora.
Recomendo a leitura!
Sobre a autora: Professora da
rede pública de ensino, Margareth Diniz tem licenciatura e bacharelado em
Geografia, além de ser pós-graduada em Educação e Gestão Ambiental. Nasceu em
Naru, pequeno povoado do Maranhão, mas mudou-se ainda criança para Imperatriz.
Também morou em Belém, no Pará, e vive há mais de uma década no Amapá. As
experiências de vida no Norte e no Nordeste do país serviram de inspiração para
o lançamento do livro “A ponte, memórias de lírios d’água”.
Autor: Margareth Diniz
Ano
de lançamento: 2022
Editora: Viseu
Gênero: Literatura
Brasileira
Páginas: 204
Fotos: Divulgação/LC
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