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Na varanda do apartamento


Quarta-feira, semana que passou, cinco amigos de longa data se encontram do alto do 16º andar de um prédio no Tatuapé. Olharam-se, sorriram, abraçaram-se como se não houvesse tantos anos passados.

Os olhos estavam recheados de emoções, de amor, saudades e um sentimento de pertencimento tão forte que era possível sentir os nós que os atavam.

O coração, esse sim batia forte, antes, durante e depois, dividido entre a expectativa, o encontro e a despedida. O adeus foi dito com o gosto de “te vejo amanhã”. Sabíamos que não era verdade, cada um tem uma vida a ser vivida, já não estávamos mais na faculdade.

Amigos, desses que nos dizem o que precisamos ouvir, na hora certa, na dose certa, da forma correta.  Seres que fazem parte do que somos hoje.

Quem eu seria sem eles?

Muito menos do que sou hoje. Menos sábia, menos alegre, menos ativa, menos eu mesma, porque sou eu mesma na medida em que cada um deles é.

O encontro foi breve, breve para o tamanho da amizade que não tem medidas, pelo menos não nesta dimensão. Estávamos no 16º andar de uma varanda incrível cuja brisa refrescava nossos corpos, enquanto nossos corações se aqueciam com os risos e a amizade.

Falamos muito, ansiosos por compartilhar. Contamos nossas vidas, nossos sonhos e desejos. Foi mágico. Verdade seja dita, nenhuma palavra falada superou a conexão que nos une.

Escrevo este texto uma semana após o encontro. Ainda posso sentir os aromas, ouvir as vozes e perceber o amor que ficou no ar, como um perfume permanente que se fixa a nossa alma.

O encontro terminou em chuva, que bom! A tradição chinesa diz que chuva é sinal de boa sorte.

Na verdade nem precisava. Quem necessita de sinais de sorte quando tem amigos assim?

Bom final de semana e valorize seus amigos, eles são o maior tesouro que você pode possuir.

Comentários

  1. Realmente, momentos como esse que você viveu são inesquecíveis. Ontem, recebi a visita de um amigo que não via a cerca de 06 anos e quando ele adentrou minha casa, o recebi com um abraço demorado, como se aquilo significasse não somente a saudade do período que não nos víamos, mas um pacto silencioso que uma verdadeira amizade nunca morre. E ainda sinto muita vontade de abraçar amigos que não vejo há bastante tempo, ente eles, você.

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