Começo o Sexta de Prosa me lembrando de um lindo conto de Natal da escritora Lucy Maud Montgomery chamado A Cesta de Natal da Tia Cyrilla. Na história, a personagem Lucy detesta a volumosa cesta repleta de guloseimas que é obrigada a carregar junto com sua tia Cyrilla. Na verdade Lucy tem muita vergonha. No entanto, desta vez, Lucy descobre que a cesta da tia carrega muito mais que doces, comidas e presentes, a cesta está recheada de caridade, amor ao próximo e do verdadeiro espírito de Natal que é o compartilhamento.
O conto é lindo e sensível, como tudo o que
a escritora cria, e nos faz refletir sobre qual é a cesta que estamos
carregando em nossas vidas, ou se temos vergonha de levar uma cesta recheada
com o que existe de mais simples e verdadeiro?
A cesta da tia Cyrilla, em minha opinião, é
apenas uma metáfora que nos remete ao verdadeiro espírito de Natal, a
verdadeira razão da existência desta data que é o “compartilhar”, que é o amor
e a compaixão como verdadeiros ingredientes.
No entanto, não é bem isso que ocorre. Nós
temos o hábito de enlouquecer no final de ano. Tudo é urgente. Queremos
encontrar todas as pessoas que não arranjamos tempo para vê-las durante o ano,
queremos comprar todos os presentes para demonstrar nosso carinho, queremos
fazer muito em apenas 25 dias, isso sendo otimista, pensando nas pessoas que se
planejam um pouco.
Não vou dizer que não entro na correria, porque
seria uma inverdade. Amo dar presentes, mesmo que muitas vezes precise procurar
lembrancinhas porque o dinheiro não é o suficiente para dar o que realmente
gostaria. Natal é uma época que eu amo e me encanta decorar a casa toda com a
maior quantidade de enfeites possíveis, e que é incrível passar a meia noite
com minha família e, na verdade, aproveito cada instante de confraternização
com parentes e amigos. Com certeza essa sou eu.
No entanto, eu passo o ano me encontrando
com as pessoas no presencial, faço ligações telefônicas para amigos e parentes
porque não dá para viver de WhatsApp, é muito frio. Então, estar com essas
pessoas no Natal não é uma necessidade comercial, mas uma forma de demonstrar
amor.
E voltando a cesta da tia Cyrilla, faço uma
avaliação do que tenho colocado na minha, e pelo retorno que recebo percebo que
estou no caminho correto. Dá para colocar muito mais, não tenho dúvidas em
relação a isso. Um pouquinho mais de paciência, uma pitada de tolerância, uma
fatia de esperança, um potinho de resiliência e outras coisas mais. E a sua cesta, o que você tem colocado dentro
dela? – Tem amor, compreensão, compartilhamento, resiliência e empatia? O que pode ser acrescentado na sua cesta?
Quando penso nesta cesta imaginaria e na
quantidade enorme de coisas que podemos colocar dentro, consigo ver a
quantidade de cestas que estão praticamente vazias. É só olhar para a
intolerância, o desamor, a guerra o preconceito. Fico tentando inventar uma
forma de colocar alguma coisa na cesta desta pessoa, mas infelizmente esta
tarefa é exclusiva de seu proprietário. Então percebo que a única forma de
ajudar é insinuar a minha cesta, instigando a pessoa a começar a preencher a
dela.
E eu só posso desejar a você, que na noite
de Natal, a alegria se derrame sobre sua casa, que o amor se espalhe feito o
aroma do Chester que fica no ar durante o tempo em que está assando e que a
compreensão e a amizade são os melhores presentes que podemos compartilhar.
E, porque não dizer, preencha sua cesta com
muito amor!
Feliz Natal!
Soraya Felix
Prosa Mágica
ResponderExcluirFeliz Natal! 🎄 Que esta época de celebração esteja repleta de alegria, amor e momentos especiais ao lado daqueles que mais ama. Que a magia do Natal ilumine o seu coração e traga paz, prosperidade e muitas felicidades. Desejo a você e à sua família um Natal repleto de bênçãos e um Ano Novo cheio de realizações. 🌟🎅🎁