Vez ou outra a pausa se faz. Seja por um momento, por algumas horas. Vem por um suspiro, uma coxinha, uma maritaca latindo no galho de Santa Barbara.
A vida pede a pausa, o sossego, o momento a
sós em um ato de intimidade, a sós consigo mesma, mesmo que cercada de uma multidão.
A pausa existe na música, representada
quase sempre por um suspiro, um suprimir de ar, às vezes longo, às vezes breve.
A pausa da dança que salta com o instante
que precede o respiro. É breve o momento que, após o port de bras belo e suave, as mãos relaxam para na sequência
enfeitarem um giro.
Pausa que soa como vírgulas. Ah! Quem dera
o texto-vida repleto de vírgulas, de momentos de respiro, de alívio: E ela
sentou (vírgula) pegou a xícara e sorveu o café (vírgula), olhou o papel
amassado ao lado do pires (vírgula) e num respiro sorriu para os problemas.
Xícara, papel, envelope de açúcar pela
metade, índices de um momento que se foi, uma transgressão.
Vida-texto que pede, clama pelos pontos,
dois pontos, exclamações, mas se afasta quando ouve a palavra “ponto final”.
Pausa para que o ritmo prossiga, sem erros
no andamento.
Respira em quatro tempos, inspira em oito. Pausa. Segue. Lindo final de semana!
Foto: Site Westwing, sem referência de
autor.
Lindo!!! 🤩
ResponderExcluirTirei uma pausa para ler seu texto. Tem tudo a ver com o que estamos vivendo. Parece que nunca nos permitimos ter uma pausa. Acreditamos que estar sempre ocupados estamos contribuindo para alguma coisa. Ledo engano. Na verdade, se não nos permitimos pausar de quando em quando., iremos sucumbir às exigências da vida moderna. Luis
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