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A Sociedade Literária e a Torta de Casca de Batata

Sempre quis reler este livro, mas não pude até hoje. Li pela primeira vez em 2015, com um exemplar emprestado por uma leitora devoradora de livros. Os anos passaram e apenas hoje adquiri um exemplar.

Olho para ele acomodado sobre o cobertor ametista. Não me canso de olhar sua capa tão significativa, sentir o aroma do papel ainda novo misturado com a tinta de impressão que faz a magia do texto acontecer. Nenhum meio eletrônico supera essa emoção.

- Difícil se despedir dele?

- Sem dúvidas, por que Juliet, Dawsey, Isola, Amelia, Kit, Eben, Elizabeth e o incrível Sidney se tornaram meus amigos. E quando a última página se foi, é como se eles fossem embora para outra dimensão, um lugar que só posso imaginar, mas não acessar.

“A Sociedade Literária e a Torta de Casca de Batata” é a verdadeira literatura que te abraça, que te acolhe, não com recursos baratos e frase feitas, mas com gente de verdade, com sofrimentos reais, com alegrias verdadeiras, tão concretas que você consegue enxergar cada um deles tal qual Mary Ann Shaffer  os descreve.

Tenho que confessar: quase todos, porque não deu para separar o Sidney do ator que o interpretou magnificamente bem no filme, o ator britânico Mathew Goody. (Nota importante: somente vi o filme depois da primeira leitura)

A Sociedade é um livro de superação, de pessoas que foram massacradas por uma guerra insana, e que mesmo assim mantiveram se vivos em sua esperança e resiliência. Este livro é também uma estória que nos conta como livros podem resgatar pessoas.

Escrevo este texto, emocionada. Foi como se lesse “A Sociedade Literária e a Torta de Casca de batata” pela primeira vez. Em minha opinião isso sinaliza que o  texto e o talento desta escritora é tremendo, porque não é todo livro que nos proporciona este prazer. Tenho a certeza que uma 3º leitura terá o mesmo impacto e me fará ver outros pontos, porque é uma trama que tem muitas camadas.

Juliet (A escritora personagem) vai à ilha de Guernsey, que durante a segunda guerra foi ocupada pelos alemães. Lá, ela encontra a amizade da Sociedade Literária e uma história incrível para contar.

O livro todo é composto por cartas, mas não se engane. Cada carta nos coloca dentro de uma cena, sem interrupções, e a leitura transcorre como se alguém estivesse nos contando uma estória. Você consegue sentir o clima, o sal no ar que percorre a ilha, o barulho das ondas e o murmurar da natureza que circunda as casas dos membros da Sociedade Literária.

É sem dúvida nenhuma um dos dez melhores livros que já li.

Em 2015 fiz uma resenha sobre ele que completa esta postagem. Para ler use este link, mas somente depois de acabar a leitura aqui.

Leia o livro, compartilhe com os amigos, mergulhe nesta trama sem arrependimentos e, não assista o filme antes, porque são completamente diferentes (Não poderia ser de outra forma).

Se você já leu, me conta nos comentários.

 

Autor:  Mary Ann Shafer e Annie Barrows

Tradutor: Léa Viveiro de Castro

Editora:  Rocco

Número de páginas: 304

Ano de Lançamento: 2009(Brasil)

 

OBS: Uso a palavra grafada como “Estória” para designar o texto de ficção e “história” para designar a realidade. Este termo “estória” também pertence a língua portuguesa apesar de ser raramente usado hoje em dia.

 

Comentários

  1. Não li o livro, nem assisti o filme, mas diante da emoção que você coloca no seu texto, agora fui desafiado a conhecer está obra e publicar um comentário sobre ele em outro momento. Abraços

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  2. Adorei suas colocações quanto ao livro. Não o li.mas você me fez pensar que devo ler. Quanto ao 'Estória " e "História ", também os uso.
    São bem diferentes no contexto.

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  3. Soraya, revi o filme pela Net Flix e fiquei muito contente. Já havia assistido ,mas muito menos atenta do que agora e amei. Ser escritora realmente é algo duro e mágico. Obrigada por me lembrar disso.Cly.

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