Quem já não se sentiu no inferno ao sentar-se diante de uma folha em branco e não conseguir escrever o que precisa? Conheço pessoas que não conseguem sequer escrever um recado. Isso é triste, mas é tão comum que ouso dizer, mesmo sem uma pesquisa estruturada, que a cada 10 pessoas, 9 se sentem travadas na escrita.
Quando eu era mais nova não tinha problema
para escrever. Pegava um caderno e escrevia onde estivesse, criava estórias sem
medo, sem censura, sem me preocupar com nada. Era bom, era criativo.
Quando comecei a trabalhar com a escrita,
já exercendo minha profissão de publicitária, descobri que aquele escrever sem medo era algo
do passado. Você passa a ter medo de ser criativo, tem medo do julgamento dos
colegas de trabalho, tem medo da avaliação do chefe, enfim, descobre que o medo
é natural.
Com o passar dos anos e a experiência
descobri que escrever é um ato de coragem, que precisa e deve ser exercido
cotidianamente, porque não haverá “musa” ou ferramenta de trabalho que consiga
superar o pior demônio que qualquer pessoa pode ter no que faz: - a comparação.
Sabe aquela pessoa que tem um texto lindo,
enxuto e que você tenta se comparar a ela? Então, há quanto tempo ela escreve? Qual é a
dedicação diária que ela tem ao trabalho da escrita? Quais cursos ela fez? O
que ela lê? Os familiares desta pessoa liam também? São tantos fatores que construíram
a forma de escrever desta pessoa que absolutamente ninguém será igual a ela...
nem a você.
A grande pergunta que se faz é: - porque
você quer escrever igual à outra pessoa? Porque você a admira? A razão é por ela
fazer sucesso? Qual é o real motivo para isso?
Após fazer esta analise que te levará ao
autoconhecimento, você poderá traçar uma estratégia para melhorar de vez
qualquer texto que queira escrever.
O que eu aconselho sempre (também é o
conselho de grandes escritores).
1 – Escreva todos os dias. Escreva para
você. Determine um tempo para isso, nem que for 5 minutos. Mantenha o hábito
por pelo menos 30 dias, depois disso o hábito vira rotina.
2 – Leia pelo menos uma página de um livro
qualquer por dia. Mas, por favor, livros técnicos e de trabalho não contam
neste caso.
3 – Faça um curso de escrita criativa, mas
procure por um bom curso. Os parâmetros para determinar se o curso é bom ou não
são claros: - longevidade do curso (pelo menos um ano), indicação de leituras
que serão debatidas durante as aulas, e o equilíbrio entre teoria e prática.
4 – Se não puder pagar por um curso, leia livros sobre o assunto. Aqui no blog tem varias indicações.
Então, vamos mudar o fim da história
abaixo. Como você faria isso?
Era
uma vez um papel, era uma vez uma letra, era uma vez o céu e o inferno e assim
seguia uma pequena história.
O
papel em branco olhou para todos os lados e não encontrou uma letra que o
ajudasse, nem o A, muito menos o E I O U se dignaram a aparecer. No papel se
fez o inferno, no papel se queimou com lágrimas, no papel se fez transparecer a
dor do criador que não tem palavras para dizer.
Um lindo e encantador final de semana!
Foto: Soraya Felix/Prosa
Mágica
E-mail
de contato:
prosa.magica@gmail.com
Fantástica a ideia de escrever e o seu texto está uma beleza , Soraya Félix
ResponderExcluirQue bonito este texto. Realmente é difícil colocar as ideias no papel. As pessoas tem por hábito (meu caso) escrever textos curtos, omitindo detalhes que daria uma outra qualidade na informação. Outro dia, reli algumas páginas do primeiro livro da histórias de Henry Potter e fiquei encantado com a riqueza de detalhes que a escritora coloca no texto,com uma linguagem simples, mas sem a preguiça de detalhar. Parabéns Soraya.
ResponderExcluirSoraya, amei seu texto. Realmente é por vezes difícil, honrar o papel em branco diante de nós. Ficamos nos sentindo pequenos diante
ResponderExcluirdaquela brancura, daquela
pureza e, as palavras nos
faltam momentaneamente, mas, a humildade vence e, a coragem surge, mostrando o que nossa alma quer dizer. Não é fácil, mas, inenarrável o sentimento que se expande em gratidão Cly.
Muito, muito bacana esse texto. Ilustra o drama de muita gente que trabalha com escrita ou a exerce por sentir que é uma forma de autoexpressão.
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