Cresci olhando o céu noturno, imaginando o que teria além do que via a olho nu, do que olhava nos livros ou tinha o privilégio de assistir no planetário de São Paulo. Cada estrelinha, galáxia visível, lua inspirava a muitas perguntas, quase sempre respondidas pelo meu pai.
Uma noite estrelada sempre foi uma festa
para meus olhos, um convite para o saber, para buscar o conhecimento, mesmo
quando não tinha noção de que estava fazendo isso.
Talvez por ser assim, a imagem desta
postagem sempre me chamou a atenção. Um homem que chega ao fim do mundo e tem a
coragem de olhar além, de ver o que existe por trás daquele véu que o envolve é
alguém extremamente sábio, uma pessoa que busca sempre aumentar sua ilha do
conhecimento.
Olho para ela e penso: - O que ele sentiu
ao espiar através da bolha do mundo? – Houve maravilhamento? – Ele teve medo ou
espanto? Seja qual for o sentimento, quando ele deixou de olhar não era mais a
mesma pessoa que observou, tinha se tornado um outro homem.
Penso que nós, seres humanos, precisamos
nos dar o direito deste olhar, de ver além das amarras que nos atam a conceitos
sociais muitas vezes ultrapassados, que nos limitam e nos podam de ser o Ser
que deveríamos ser.
Quando reflito a respeito do segundo olhar
sobre algo me lembro desta imagem. Penso que ao olhar de forma diferenciada
para o mundo, as coisas e as pessoas, posso fazer uma compreensão mais
abrangente de tudo e do todo. E assim, extrapolo para a humanidade e o quanto
ela seria mais tolerante e mais aberta a novas ideias.
Extinguiríamos as guerras e a violência?
Não sei dizer ao certo, mas com certeza
haveria uma diminuição substancial. Seriamos menos “eu” e ficaríamos mais “nós”.
Claro, sem romper com um importante fundamento que é a individualidade do ser
como espírito único e insubstituível.
Penso neste segundo olhar ao enxergar a
natureza e ao perceber que somos um e interdependentes. Ao agredirmos a
natureza, agredimos nosso próprio ser. Essa agressão se manifesta nas chuvas
torrenciais, nos vendavais, nas secas e no clima descontrolado que assola o
planeta neste exato instante.
E sim, se você está pensando que me deu uma
vontade enorme de filosofar, com certeza acertou e convido você a fazer o
mesmo.
Que tal neste final de semana imitar o homem da imagem e se permitir a olhar além? Que universo novo você irá enxergar? Ficou curioso?
Um lindo e novo final de semana!
Imagem: Quem primeiro
publicou esta imagem anônima foi o astrônomo francês Camille Flamarion em seu célebre
livro de 1888.
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