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Mostrando postagens de dezembro, 2023

Que venha 2024

Este ano foi extremamente rico em leituras. Não posso reclamar. Li de tudo, desde romances, livros infantis, ficção cientifica, livros didáticos e técnicos. Uma profusão de informação, de gêneros que me ajudaram em todos os sentidos, principalmente na escrita. Sim, esta é uma das dicas mais importantes se você deseja ser um escritor: - Leia sem preconceito. Leia de tudo, dos consagrados pelos intelectuais aos livros chamados de “ficção de entretenimento”. Engraçado pensar nisso agora, porque no meu livro Literatura & Champanhe , a protagonista fala muito sobre o preconceito literários e suas consequências. Na época, a premissa do livro era exatamente essa “e se algumas pessoas preconceituosas chegassem ao extremo para defender suas ideias literárias retrogradas?” Creio que funcionou. Os leitores me enviaram e-mails contando sua experiência com a trilogia, e isso para mim, como escritora foi o maior prêmio que poderia receber. Voltando as leituras de 2023. Este foi um ano co...

Melhores de 2023

Este ano que passou foi riquíssimo em leituras, principalmente porque sai do meu lugar de conforto literário e me permiti ler muitos livros que não escolheria de primeira. Temas muitas vezes árduos, outros com invenções literárias. Todos eles me ensinaram alguma coisa: construir um personagem, desenvolver um suspense, descrever uma cena ou simplesmente viajar sem preconceitos e sem limitações. Ler, para mim como escritora, é um curso de educação continuada. Selecionei alguns livros pelos quais me apaixonei em 2023. Não tinha como republicar todas as resenhas, então eu peço desculpas aos autores que deixei de fora.   Segue o motivo de o livro estar aqui nesta seleção, uma foto e um trecho da resenha. O link para a leitura do texto na integra segue junto.   A Amiga Genial Tem dois motivos para colocar este livro na lista. Um deles é que o texto, a construção dos personagens é algo fora de série. Elena Ferrante consegue nos prender através das páginas de seu livro reche...
 

Uma cesta de Feliz Natal

Começo o Sexta de Prosa me lembrando de um lindo conto de Natal da escritora Lucy Maud Montgomery chamado A Cesta de Natal da Tia Cyrilla . Na história, a personagem Lucy detesta a volumosa cesta repleta de guloseimas que é obrigada a carregar junto com sua tia Cyrilla. Na verdade Lucy tem muita vergonha. No entanto, desta vez, Lucy descobre que a cesta da tia carrega muito mais que doces, comidas e presentes, a cesta está recheada de caridade, amor ao próximo e do verdadeiro espírito de Natal que é o compartilhamento. O conto é lindo e sensível, como tudo o que a escritora cria, e nos faz refletir sobre qual é a cesta que estamos carregando em nossas vidas, ou se temos vergonha de levar uma cesta recheada com o que existe de mais simples e verdadeiro? A cesta da tia Cyrilla, em minha opinião, é apenas uma metáfora que nos remete ao verdadeiro espírito de Natal, a verdadeira razão da existência desta data que é o “compartilhar”, que é o amor e a compaixão como verdadeiros ingredien...

A Christmas Carol – Um Cântico de Natal

De todos os clássicos da literatura, Um Cântico de Natal, do britânico Charles Dickens é um de meus favoritos, “tão favorito” que emprestei essa paixão a minha personagem Jane, em A Sombra da Meia Noite. A Christmas Carol foi publicado em 19 de dezembro de 1843, há exatos 180 anos e sua atualidade é de tirar o fôlego. Charles Dickens escreveu essa história para ganhar dinheiro, pois precisava saldar dividas, algo comum e corriqueiro naqueles tempos em que os pobres e remediados ingleses eram realmente uma classe de pessoas necessitadas. O fato é que nem ele poderia prever que este Conto de Natal seria uma dos maiores clássicos de todos os tempos vendendo seis mil exemplares no lançamento. A história é simples, mas reveladora. Ebenezer Scrooge é um homem muito avarento que não tolera o Natal. É proprietário de um escritório em Londres e tem como empregado um homem pobre em dinheiro, mas com a alma feliz, mesmo tendo um filho com deficiência nas pernas. Na véspera de Natal ele rece...

A Paz

“A paz, invadiu o meu coração. De repente me encheu de paz Como se o vento de um tufão Arrancasse meus pés do chão”   Quando ouço este trecho da música “A Paz” do Gilberto Gil, me vem muitas emoções. É como se uma fada delicada pousasse suavemente em meu coração e trouxesse sensações de brisa do mar no rosto, água de cachoeira caindo nas costas, céu azul sem nuvens em uma tarde sem vento, o som do alto de uma montanha ou um bom livro em uma tranquila tarde. Sei lá! São tantos sentimentos que a palavra me traz. Penso na paz como algo que não pode se dissociado da palavra vida. Há muita vida na paz, há movimento, há gratidão, há serenidade. Paz é ausência de guerra, do mal, da vontade se ser melhor que o outro. Na paz a resiliência se fortalece, o respeito ao próximo se amplifica. Na paz não há perdas e sim trocas. A paz como um tufão. Vejo a paz exatamente como uma pomba branca a voar livre pelo céu. Ela vai encontrar a chuva, o vento, o sol escaldante, mas também ve...

Contos dos Antigos Natais Escritos por Mulheres

Lareira decorada com meias e azevinho, uma chama crepitante e convidativa aquece o casal de idosos sentados confortavelmente em duas poltronas próximas. Em volta, completando a cena, a família ouve atenta às histórias contadas pelos avós. A cena, intimamente ligada à literatura, aos velhos contos de Natal, aquecem nossos corações, ou pelo menos os de quem ainda guardam certo romantismo. O olhar feminino, sempre delicado, com um toque maternal e uma inventividade que só quem precisa se desdobrar em muitas pessoas sabe como comunicar esse  amor e também dor em forma, sempre em forma de poesia. Em Contos dos Antigos Natais escritos por Mulheres , foram reunidas histórias contadas por escritoras, que através do olhar atento conseguem trazer paz e delicadeza mesmo diante das situações mais cruéis que o ser humano pode enfrentar: - a dor, a fome e a perda de pessoas queridas. A editora Wish reuniu 14 contos recheados deste espírito, repletos de muitas aventuras e ensinamentos destinados ...

A invisibilidade da pessoa

          É o mês do Natal e fico pensando nas pessoas invisíveis. Pode ficar sossegado que não estou em contato com o sobrenatural ou coisa parecida, também não estou precisando de um psiquiatra. Por invisíveis penso naquelas pessoas que são ignoradas por todos, por aquelas pessoas que estão largadas pela família, ou que habitam pontes, marquises e ruas de nossa cidade. Tem também aquelas pessoas como os varredores de rua, que a maioria de nós passa por eles e não enxerga, não olha no rosto, não diz um bom dia, boa tarde. Deve ser triste ser invisível, e bem ao contrário da literatura, que coloca na maior parte das vezes o “ser invisível” como um dom, na vida real é um peso, uma marca. A cidade está decorada, as luzes estão acesas nas casas, nas lojas, nos restaurantes e por todos os lados o espírito do Natal se espalha, mas imagine por um só instante o sentimento destas pessoas. Imagine o idoso, que a família despreza, ou que jogou em um asilo q...

Cartas do Papai Noel

Quem não gostaria de ter recebido uma carta do Papai Noel quando criança? Na minha infância (até hoje em dia) sempre gostei de trocar cartas com as pessoas, e teria ficado muito feliz se o “papai Noel” tivesse escrito uma para mim. Alegrias a parte, é incrível ver a forma como Tolkien cultivou a imaginação de seus filhos, o cuidado em cada carta, os detalhes dos selos, das ilustrações, tudo planejado de forma a manter a infância deles munida da dose certa de fantasia. As cartas correspondem ao intervalo entre os anos de 1920 a 1943 e traz histórias curtas e divertidas nas quais o Papai Noel apresenta seu cotidiano ao longo do ano, as travessuras do Urso Polar, os Elfos  e os terríveis Goblins e suas maldades. São cartas de todos os tamanhos que muitas vezes relatam as dificuldades da época vivida pelo autor. Tem uma carta, por exemplo, de 1939 na qual o Papai Noel Tolkien diz: “Estou muito ocupado, e as coisas estão bem difíceis este ano por causa dessa guerra horrível...

Paleta de Cores

Sou uma apaixonada por cores, sempre fui. Os vários tons sempre marcaram momentos da minha vida. Lembro-me com carinho de uma viagem a Santos com meus pais, um amigo dele tinha emprestado o apartamento para passarmos alguns dias na praia, era um hábito antigamente. Na sala, entre tantos brinquedos,   havia um carrinho pequeno e Pink que encheu meus olhos, como se eu pudesse comer aquele objeto. Não conseguia tirar o olhar dele, a cor era saborosa como se desse para sentir o sabor do Pink vibrante. Eu tinha sete anos na época e hoje fico pensando qual seria o sabor das cores. Sou daquelas pessoas que quando entro em uma papelaria, ou em um armarinho, esqueço o que fui fazer apenas olhando os displays multicoloridos de canetinhas, papéis, novelos de lã ou de linhas. Sou literalmente abduzida por esta variedade que desperta uma roda de sentimentos. Em casa, se pudesse, cada parede seria de uma cor diferente, mas sei que não devo, então a necessidade de uma multiplicidade de cores ...

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