Autora: Diana
Gabaldon
Tradutor: Geni Hirata
Editora: Saída de
Emergência
Número
de páginas: 800
Ano
de Lançamento Brasil: 2014
Avaliação
do Prosa Mágica:
10
Esta é uma resenha muito
especial, não só pela trama que é genial, mas também pelo valor emocional do
livro: - um presente de amigo secreto.
Sempre que chega a época
dos amigos secretos eu corro para a livraria a procura de títulos novos para
colocar na minha listinha de presentes. Quando a data do amigo secreto do meu
clube de leitura “Sociedade Magia Literária” foi determinada, fui à livraria
Leitura e tropecei literalmente em Outlander. Não conhecia o livro, e confesso
que fiquei apaixonada pela temática. Foi para a lista, é claro, e como o amigo
secreto era meu marido, ele sabia exatamente o que me faria feliz. Confesso que
o mais difícil foi deixar a leitura para depois das festas. Um livro de 800
páginas precisa ser “devorado” com a devida atenção, e em tempos de fechamento
de notas, provas e exames dos alunos para corrigir, Outlander foi deixado em um
canto, aguardando minhas férias.
Finalmente de férias comecei
a ler, no inicio em um ritmo para lá de lento, desesperadamente lento para quem
queria saber o que aconteceria com Claire e Jamie. Não resisti a tanta
lentidão, e de repente lá estava eu, lendo sem parar por horas a fio, chorando
e rindo com os personagens até que a página 799 chega e você se arrepende de
ter lido tão avidamente. Coisas de leitor voraz.
Outlander, da escritora
Diana Gabaldon, foi escrito em 1991, apenas como diversão, e hoje já foi
traduzido para 24 línguas e publicado em 27 países. Só nó Brasil está é a
segunda publicação. A Rocco lançou a série, mas segundo o blog LeitoraCompulsiva, o livro se esgotou rapidamente e não foi republicado. Em 2014 a
Editora Saída de Emergência adquiriu
os direitos e lançou o volume 1 em agosto, e o volume 2 em dezembro.
Craigh na Dun |
A edição da Saída de
Emergência está primorosa, com belíssimo acabamento e impressão, preços
acessíveis e uma revisão primorosa. Parabéns a editora.
“Outlander, a viajante do
tempo” começa em 1945, narrado pela protagonista Claire Randall, uma mulher
corajosa, casada com Frank Randall, e que trabalhoU como enfermeira durante a
II Guerra Mundial. A história se passa inicialmente em Inverness, na Escócia,
com Claire em uma segunda lua de mel.
A protagonista não é uma
pessoa comum. Órfã aos cinco anos de idade, Claire foi criada por um tio arqueólogo
que a levou em suas viagens e a tornou uma mulher instruída, decidida, o que na
época seria considerado uma edição moderna e inadequada para mulheres.
Entediada e com a atenção
do marido – um chato – dividida entre suas pesquisas históricas e bate papos maçantes,
Claire começa a se dedicar a botânica e vai sozinha até um misterioso circulo
de pedras Craigh na Dun, um conglomerado de rochas usado para rituais.
Então, ela é arrastada para o passado, para o ano de 1743, em meio a uma
Escócia violenta, dominada por clãs e bem próxima de entrar em um período
sangrento.
Como se não bastasse o
susto, Claire se vê frente a frente com uma cópia de seu marido vestido de
soldado inglês, alguém que ela conhecia apenas das histórias que Frank contava
sobre sua família, o terrível Black Jack Randall.
A principio Claire
acredita que tudo não passa de uma filmagem, ou de loucura, mas ela se dá conta
que está realmente em 1743, e quando consegue se livrar de Randall acaba caindo
mãos do Clã Mackenzie.
Claire é levada ao castelo
de Leoch e lá, passa a ser vigiada pelo chefe do clã Collun Mackenzie e começa
a usar seus conhecimentos de enfermeira para curar as pessoas.
É claro que Claire irá
conhecer um homem incrível, Jamie Fraser, um guerreiro procurado pela justiça,
por falsas acusações vindas de Jack Randall.
Como Claire é uma mulher
independente e decidida, acaba se metendo em muitas confusões, pois não
consegue compreender e aceitar as limitações impostas a uma mulher naqueles
tempos.
Eu dei muitas risadas com
tudo o que ela aprontava, mas fiquei revoltada com muitas das consequências.
Eu gostei da história do
começo ao fim. Nas primeiras 200 páginas você recebe, além da fantasia, uma
aula de história sobre a formação dos clãs, sobre as revoltas, sobre a briga
entre ingleses e escoceses e principalmente, sobre o modo de vida daquela
época.
Foto da série de TV. Claire e Jamie. |
Não é um livro sentimental.
Há muita violência no enredo e mesmo o viril e belo Jamie, que é vitima de
brutalidades inomináveis, muitas vezes é o promotor de cenas de arrepiar, tal o
nível de violência.
A química entre os
protagonistas é grande e funciona. Claire e Jamie são os completos opostos que
se atraem. O que os liga como iguais é a imensidão que parece residir em seus
corações e o amor que os domina de corpo e alma.
Claire é o tipo de heroína
que eu gosto. Não só apresenta o perfil da mulher decidida, independente,
moderna para sua época, mas também nos mostra suas fragilidades, o que a torna
bem mais humana. Também tem o fator coragem, que aparece apenas nas horas de
necessidade e não em momentos de pura demonstração. Quando você a vê na trama,
acredita fielmente que aquela personagem é alguém que saiu do futuro e caiu em
um passado totalmente desconfortável, mas que aprendeu a viver conforme a vida
lhe apresentou os fatos. Isso tudo, é claro, se deve ao talento inegável da
autora Diana Gabaldon.
A série Outlander é
composta por 8 livros, sendo que alguns deles possuem parte 1 e 2, são eles:
- Viajante do Tempo
- A Libélula no Âmbar (Lançado em dezembro)
- O Resgate no Mar (Parte 1 e Parte 2)
- Os Tambores de Outono (Parte 1 e Parte 2)
- A Cruz de Fogo (Parte 1 e Parte 2)
- Um Sopro de Neve e Cinzas (Parte 1 e Parte 2)
- Ecos do Futuro (Parte 1 e Parte 2)
- Written in My Own Heart's Blood (lançado em julho de 2014.)
O
mundo criado por Diana Gabaldon fez um sucesso tão estrondoso que uma série de
TV foi criada em 2014, com 16 episódios que enlouqueceram os fãs.
No
site do youtube você encontra uma série de entrevistas, bate papos sobre o
livro e a série. Vale a pena ver.
Sem
dúvida é uma série que já entrou para as minhas favoritas.
Série:
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