Imagino que uma parte do público conheça Númenor pela série Os Anéis do Poder, da Prime Vídeo, um lugar que esbanja beleza e suntuosidade. A Terra de Miriel, Pharazôn, Elendil, Isildur, personagens que hoje fazem parte do imaginário de quem não é leitor da obra de Tolkien. No entanto, o que este público não sabe é que a obra de Tolkien é muito mais suntuosa que a série, algo tão gigantesco que fica difícil resenhar sem usar muitos adjetivos.
Em 2022, talvez inspirado pela série, a
Harper Collins fez um lançamento mundial do livro A Queda de Númenor, um
apanhado de textos que conta cronologicamente a história da segunda Era.
Brian Sibley, que editou brilhantemente o
livro, reuniu informações de 10 ou 11 livros para contar de forma fiel o
começo, meio e fim da segunda era, tendo como foco Númenor.
Para quem não leu os três livros básicos da
série (O Hobbit, O Senhor dos Anéis e o Silmarillion) talvez não conheça a
história de Númenor. A ilha foi um presente para os Edains (Raça dos Homens)
que lutaram bravamente ao lado dos Elfos e dos Valar para derrotar Melkor e
trazer um pouco de paz, mesmo que temporária, para Arda (Terra).
Elros, o primeiro rei de Númenor, é irmão de
Elrond, o meio Elfo. O que isso quer dizer? Tanto Elrond como Elros são filhos
de um meio Elfo. O pai deles acaba se tornando um herói quando abandona sua vida
na Terra Média navegando até Valinor para pedir ajuda aos Valar na luta contra
Melkor. Ele não retorna de lá, mas a ajuda vem e após restabelecer o
equilíbrio, os Valar dão a Elros e a Elrond a escolha entre se tornarem Elfos e
poderem passar para a ilha dos Abençoados a qualquer momento, ou a de se
tornarem homens, levando uma vida mortal.
Elrond decide ser um Elfo e fica na Terra
Média ao lado de Gil-galad; Elros decide ser homem e recebe Númenor e uma
longevidade maior que a de outros homens, aqueles que ficaram na Terra Média ou
que eram simpatizantes de Morgoth.
A leitura deste livro complementa
informações dos três livros básicos, portanto é recomendado que se leia antes
os outros livros para que A queda de
Númenor faça mais sentido.
A edição é linda, com ilustrações de Alan
Lee e uma guarda da capa belíssima. Infelizmente o livro contém erros, que não
atrapalham a leitura, mas pelo menos dois deles são um descuido que não pode
ocorrer quando se lança um livro desta natureza.
Na folha de rosto a palavra Númenor está
grafada como Númeror. Isso se segue
nas informações superiores das páginas. Mais para o final do livro, no título
de um capítulo, a palavra Gondor foi escrita como Condor.
Gostaria de trazer a resenha para um
assunto que gosto de compartilhar com meus leitores. Este livro é uma
verdadeira aula de como um escritor se torna genial, se torna verdadeiro. O
livro reúne trechos de anotações, cartas, declarações de Tolkien acerca de sua
história, seus personagens. Cada trecho descreve uma vida, como se estivéssemos
diante de um livro de História verdadeira (tipo História do Brasil, da Inglaterra
etc). Então, cada ação de cada um dos personagens está inserida em um contexto,
que mesmo que Tolkien não descreva nos seus dois livros principais (O Senhor
dos Anéis, O Hobbit), você percebe que eles são tão embasados que conseguimos
acreditar que eles são reais.
Um exemplo disso é todo o legado que Elrond
tem em seu passado, o mesmo se dá com Aragorn.
Não consigo ver um exemplo melhor do que é “a
construção de uma boa história”.
Em resumo, A Queda de Númenor é um livro imprescindível para quem quer compreender melhor Tolkien, mas não será de grande valia se as três obras básicas não forem lidas antes.
Autor: J.R.R.Tolkien
Editado: Brian Sibley
Tradutor: Diversos
Ano
de lançamento:
2022
Editora: Harper Collins
Gênero: Ficção Inglesa
Páginas: 352
Avaliação
Prosa Mágica:
Clássico
Gostei, Soraya. Só que preciso ler O Hobbit e Silmarillion para depois me aventurar nesse volume. Abraços!
ResponderExcluirObrigada por participar Giorgio. Leia o Hobbit primeiro e somente depois o Silmarillion. São leituras maravilhosas.
ExcluirAbraços