O Senhor dos Anéis sempre começa com um prefácio que nos remete aos dias antigos, a histórias que são a base para que a escrita deste livro seja forte o suficiente para que acreditemos nela.
Assim como outros livros que já comentei
aqui, Os Filhos de Húrin é um conto, iniciado bem antes de Tolkien se dedicar
ao Senhor dos Anéis e que conta uma trama repleta de ação, que mistura tragédia
grega com mitologias que povoam o imaginário do povo britânico: dragões, lutas,
profecias etc.
Antes de me aprofundar mais neste livro
gostaria de comentar que li uma crítica descabida, escrita no jornal The
Guardian, que a meu ver beira ao reacionário e também ao preconceito elitista.
Crítica literária é algo bem perigoso,
porque uma parte dos críticos não conseguem separar o gosto pessoal, o excesso
de academicismo de seus textos, e muitas vezes detonam com obras que são
perfeitas e fora dos padrões. Ainda bem que o público, alheio a estas críticas
dão vida a esta obras fazendo leitura, comentando, criando fã clubes etc.
Dito isso, podemos continuar a falar de Os Filhos de Húrin. É uma dos contos
mais bem acabados de Tolkien. A saga de Turin Turambar, sua vida desde a
infância, a busca por um lugar no mundo, a perda do pai Húrin, sua coragem e a
desgraça que se abate sobre a vida dele no final é uma linha forte que nos
apresenta um herói digno de Ulisses, um Édipo mais simpático ou talvez um
Bewoulf (O do poema, não o do filme).
A leitura de Os Filhos de Húrin nos faz
compreender muito do que ocorre em O Senhor dos Anéis, a loucura de Sauron, a
força dos Hobbits e as atitudes dos Elfos. Você passa a compreender a diferença
entre Elrond e Thranduil, que são Elfos de diferentes linhagens, que Elrond descende
dos elfos que foram a Valinor, que são mais sábios. Passa a reconhecer que
Thranduil faz parte de uma linhagem de Elfos que nunca deixaram a Terra Média,
são mais grosseiros e, porque não dizer, menos amigáveis.
Neste conto, você passa conhecer outra
linhagem de anões, a que pertence Mîm e percebe a origem da desconfiança que
permeia a relação entre elfos e anões.
O trabalho de Christopher Tolkien é
impecável. Explicações, notas e outros detalhes que suprem todas as dúvidas que
podem surgir no leitor.
É uma obra que não pode deixar de ser
levada em consideração para compreender a genialidade de J.R.R. Tolkien.
Recomendo a leitura se você já leu as obras
básicas de Tolkien.
Autor: J.R.R.Tolkien
Editado: Christopher
Tolkien
Tradutor: Ronald Kyrmse
Ano
de lançamento:
2020
Editora: Harper Collins
Gênero: Ficção Inglesa /Britânica
Páginas: 288
Avaliação
Prosa Mágica:
5 estrelas
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